Costline of Formosa Flora island named by Portuguese Navigateur Fernando Pó in 1472, later named with the name of it discover, later named Bioko (photo by Falkanary - Wikipedia)
LUSOFONIA?
O que é que a Guiné Equatorial
Tem a ver com a Lusofonia e Portugal?
Respondem pessoas de Angola
A quem a arrogância pedirá um dia esmola
A ilha Formosa Flora, depois chamada por quem a chamou, Fernado Pó
O navegador português que em 1472 a descobriu
Foi portuguesa até 1778, cedida a Espanha e não só
Também a ilha do Ano Bom com o seu crioulo, quem não o sentiu?
Nasceu do português arcaico
Não é apenas um mosaico
É a língua que aí ainda se fala
Que resistiu a toda a bala
Estes são argumentos a favor
Então qual o temor
De que a Cimeira de Dili
Se ligou ali?
Parece que um tirano
Lhe faz há muito dano
Parece que menos que o anterior
Derrubado e executado dita a dor
Já prometeu
E não deu
Será agora
Que a pena capital vai embora?
E a Democracia?
Se formalmente estabelecida
Se transformará em nova tirania
Por guerras de poder sempre com ponto de partida?
Há muito petróleo e gás natural
Que interessa a muitos não só em Portugal
Tão complexo e tão estranho
A nossa humildade não tem tamanho
Capital of Guinea Equatorial in the island of Formosa Flora (Fernado Pó, Bioko)
Jornal de Angola (editorial de 24-07-2014):
«A grandeza da língua»
«Os portugueses têm um grande orgulho na expansão marítima da qual resultou o seu império. Mas agora há países e povos que guardam a memória desse passado comum e querem pertencer à CPLP. Alguns renegam esse passado e opõem-se ao alargamento da organização. São demasiado pequenos para a grandeza da Língua Portuguesa (...) já foi colónia portuguesa (...) Mas na pequena ilha [Ano-Bom] está um tesouro da lusofonia: fala-se crioulo [fá d'ambô] que tem por base o português arcaico e que chegou quase incólume aos nossos dias (...) foram povoadas por escravos angolanos (...). Agora (...) Fernando Pó e Ano-Bom fazem parte da CPLP (...). Mas sem a companhia das elites estrábicas, que nem sequer foram capazes de defender a dulcíssima língua portuguesa do acordo ortográfico (...)
Os angolanos querem saber mais sobre a língua portuguesa. (...) Os portugueses deviam ter o mesmo interesse, mas pelos vistos só estão interessados em dar lições de democracia, quando dentro das suas portas há crianças a morrer de fome (...) elites portuguesas ignorantes e corruptas»
Gulf of Guinea with the islands influenced by Portuguese - Amcaja (Wikipedia) http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/
Near to South we have Angola that with São Tomé e Príncipe have a natural interest in the integration of Equatorial Guinea
Bandeira:
de Nossa Imensa Felicidade"
Ana Gomes muito dura com a ditadura na Guiné Equatorial (http://www.tvi24.iol.pt/politica/ana-gomes-guine-equatorial-cplp-chocada-tvi24/1565580-4072.html), mas muito mais suave com a ditadura na Venezuela:
«A mim pessoalmente causa-me tristeza que isto tenha acontecido em Timor-Leste, com líderes que eu conheço bem e que tiveram um papel importante na libertação do seu povo relativamente a uma outra ditadura e que agora têm memória curta, mas eu não tenho (...)
Há muitas ações que são possíveis de empreender ao nível financeiro. Há uns meses escrevi ao Banco de Portugal e à CMVM sobre investimentos no país. E disseram-me que não tinham sido solicitados a pronunciar-se sobre possíveis investimentos da Guiné Equatorial, como por exemplo no Banif. (...)
Naturalmente, acionaremos todos os meios para que seja exercida vigilância, para que este regime não utilize a CPLP para intensificar os esquemas de branqueamento de capital, onde infelizmente há portugueses implicados, designadamente os promotores da entrada da Guiné Equatorial na CPLP como o dr. Martins da Cruz e Luís Amado
(...) [não aconteça aos empresários portugueses o que aconteceu ao empresário Robert Rinaldi, que está preso na Guiné Equatorial] «porque ousou questionar os esquemas de branqueamento de capitais».
João Soares também muito duro:
«Admitirmos uma das ditaduras mais longas do mundo e mais corruptas é uma coisa que devia envergonhar as pessoas que têm um mínimo de carácter (...). Aquilo é uma ditadura torcionária, que pratica a tortura, que elimina os adversários políticos, que continua a praticar a pena de morte, ao contrário do que eles dizem... isto é uma coisa de uma hipocrisia total e, portanto, estou profundamente envergonhado».
Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/joao-soares-adesao-da-guine-equatorial-e-vergonha-e-um-erro-monumental
Manuel Vicente, Vice-Presidente da República de Angola - 27-07-2014:
«A Cimeira de Díli foi um sucesso. Mais sucesso teve porque a CPLP se expandiu. Temos agora no nosso seio mais um membro, a Guiné Equatorial. Foi uma cimeira histórica, que traz um valor agregador em tudo e certamente vai expandir a língua portuguesa.»
Miguel Trovoada, ex Presidente da República de São Tomé e Princípe (23-07-2014):
«Creio que a Guiné Equatorial, ao vir para a CPLP também representa para a própria CPLP uma mais-valia, na medida em que é um país que tem laços. Se formos à história, a língua espanhola não é muito diferente da língua portuguesa, na sua raiz, mas temos também o facto de a Guiné Equatorial partilhar também com outros países da CPLP, que é o caso de São Tomé e Príncipe, o caso de Angola, quase que o mesmo espaço geográfico da África central»
A conjugação de Ana Gomes + João Soares + apoio de ambos a António José Seguro implicou uma crítica ao líder socialista no Jornal de Angola, desfasada da votação por parte dos deputados que apoiam Seguro, contra a intenção do Bloco de Esquerda de condenação da admissão da guiné Equatorial à Comunidade de Países de Língua Portuguesa pelo Parlamento de Portugal.
Votaram com o Bloco de Esquerda deputados que apoiam Costa e Sócrates como:
Ferro Rodrigues, Jorge Lacão, Eduardo Cabrita, João Galamba, Pedro Nuno Santos, Pedro Delgado Alves, Isabel Moreira, Sérgio Sousa Pinto, Ana Paula Vitorino, Alberto Costa, Idália Serrão, André Figueiredo, num total de 29 deputados, onde se incluía João Soares. A oposição costista aproveita tudo para fazer campanha contra Seguro e desta vez apanhou na rede um apoiante de Seguro, mas opositor da liderança em Angola pelo MPLA, com um passado ligado à UNITA.
O que Seguro decide sobre esse tema foi o seguinte:
«Se a CPLP contribuir para que exista abolição da pena de morte, respeito pelos direitos humanos e respeito pelo processo democrático na Guiné Equatorial, então isso é positivo. Se for para branquear esses ataques à dignidade humana, então isso é profundamente negativo (...) é altura de haver um debate sério sobre a CPLP, qual é o papel de Portugal nessa CPLP e para que é que a CPLP existe.»
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