A jornalista Fernanda Câncio num excelente artigo de opinião intitulado «Todos ao Marquês», publicado no iário de Notícias de de 6 de Dezembro de 2013 (http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=3572425&seccao=Fernanda%20C%E2ncio&tag=Opini%E3o%20-%20Em%20Foco) salienta:
«(...) sucedeu esta semana, uma prestigiada organização internacional, pela
segunda vez consecutiva, elogia a performance do nosso sistema de
ensino público e garante que é um dos que registaram o mais notável
progresso nos últimos onze anos, fique tudo naquela da esmola a mais.
Sim: como já fizera em 2009, a OCDE regista terem as competências a Matemática, Leitura e Ciências dos nossos estudantes de 15 anos evoluído de forma notável desde 2000. Em 2003 muito atrás do Luxemburgo, dos EUA, da República Checa, da França, da Suécia, da Noruega, em 2012 estamos a par. Somos um dos três países (em 35) nos quais melhorou a performance dos alunos de topo e dos mais fracos - sobretudo entre 2006 e 2009. Sim, sim: pavor dos pavores, a OCDE relaciona estes resultados com várias decisões de Maria de Lurdes Rodrigues. É certo que, tendo os testes a que o estudo se reporta sido efetuados no ano passado, sob a égide deste Governo, não pudemos ler o secretário de Estado Lomba a pôr em causa, como em 2009, os critérios de "escolha" dos alunos, insinuando que o ministério manipulou os resultados. Vimos antes o colega João Grancho, que tutela o Ensino Básico e Secundário, reconhecer "a clara melhoria" para logo acrescentar: "Os resultados estão longe de satisfatórios" e "reforçam e justificam a necessidade de medidas que têm sido tomadas." Medidas como, por exemplo, a mudança do programa de Matemática ministrado aos alunos testados, o acabar com as aulas de substituição e planos de recuperação. Ou a do lançamento do cheque-ensino, na senda da Suécia - cujo ministro da Educação, perante os maus resultados do país, veio já a público assumir que é preciso repensar tudo.
Repensar? Por amor de deus, isso não é para Crato e Passos. Se o FMI diz, manipulando dados e tomando como referência o PISA 2003, que a escola pública portuguesa tem péssimos resultados em relação ao investimento nela feito e que o melhor é passar tudo para o privado, importa lá que a OCDE, com base na análise ao longo de onze anos, ateste ser um caso de sucesso que demonstra como é possível melhorar em tudo em pouco tempo. Ainda não estamos ao nível dos melhores países, ora toma, responde Crato.
Sucede que estamos. Quando a OCDE ajusta os resultados ao nível socioeconómico dos estudantes, Portugal passa, em Matemática (a área em que foi feita a comparação), do 23.º lugar para o 5.º. Atrás apenas da Coreia, do Japão, da Suíça e da Polónia. Cinco lugares à frente da Alemanha, sete à frente da Finlândia (o país com o qual o FMI nos comparou no seu "relatório", para concluir que era muito mais eficiente) e 27 à frente da Suécia. Qual bola de ouro, qual Cristiano Ronaldo: isto é que é um orgulho nacional. Porque é que ninguém está a celebrar?»
Parabéns a Alunos, Professores, Pais e Governos no que bom se realizou! Muito há a fazer para melhorar a Educação em Portugal, mas não o que o Governo pretende realizar:
Sim: como já fizera em 2009, a OCDE regista terem as competências a Matemática, Leitura e Ciências dos nossos estudantes de 15 anos evoluído de forma notável desde 2000. Em 2003 muito atrás do Luxemburgo, dos EUA, da República Checa, da França, da Suécia, da Noruega, em 2012 estamos a par. Somos um dos três países (em 35) nos quais melhorou a performance dos alunos de topo e dos mais fracos - sobretudo entre 2006 e 2009. Sim, sim: pavor dos pavores, a OCDE relaciona estes resultados com várias decisões de Maria de Lurdes Rodrigues. É certo que, tendo os testes a que o estudo se reporta sido efetuados no ano passado, sob a égide deste Governo, não pudemos ler o secretário de Estado Lomba a pôr em causa, como em 2009, os critérios de "escolha" dos alunos, insinuando que o ministério manipulou os resultados. Vimos antes o colega João Grancho, que tutela o Ensino Básico e Secundário, reconhecer "a clara melhoria" para logo acrescentar: "Os resultados estão longe de satisfatórios" e "reforçam e justificam a necessidade de medidas que têm sido tomadas." Medidas como, por exemplo, a mudança do programa de Matemática ministrado aos alunos testados, o acabar com as aulas de substituição e planos de recuperação. Ou a do lançamento do cheque-ensino, na senda da Suécia - cujo ministro da Educação, perante os maus resultados do país, veio já a público assumir que é preciso repensar tudo.
Repensar? Por amor de deus, isso não é para Crato e Passos. Se o FMI diz, manipulando dados e tomando como referência o PISA 2003, que a escola pública portuguesa tem péssimos resultados em relação ao investimento nela feito e que o melhor é passar tudo para o privado, importa lá que a OCDE, com base na análise ao longo de onze anos, ateste ser um caso de sucesso que demonstra como é possível melhorar em tudo em pouco tempo. Ainda não estamos ao nível dos melhores países, ora toma, responde Crato.
Sucede que estamos. Quando a OCDE ajusta os resultados ao nível socioeconómico dos estudantes, Portugal passa, em Matemática (a área em que foi feita a comparação), do 23.º lugar para o 5.º. Atrás apenas da Coreia, do Japão, da Suíça e da Polónia. Cinco lugares à frente da Alemanha, sete à frente da Finlândia (o país com o qual o FMI nos comparou no seu "relatório", para concluir que era muito mais eficiente) e 27 à frente da Suécia. Qual bola de ouro, qual Cristiano Ronaldo: isto é que é um orgulho nacional. Porque é que ninguém está a celebrar?»
Parabéns a Alunos, Professores, Pais e Governos no que bom se realizou! Muito há a fazer para melhorar a Educação em Portugal, mas não o que o Governo pretende realizar:
A vice-presidente do grupo parlamentar do PS, Odete João, criticou o novo estatuto do ensino particular e cooperativo definido pelo governo PSD/CDS, pelas seguintes razões «mais do que suficientes para o Partido Socialista solicitar um debate urgente no Parlamento sobre o estado da educação:
- «subverter por decreto de lei princípios inscritos na Constituição, nomeadamente o caráter supletivo dos estabelecimentos de ensino particular e cooperativo»;
- «desregulamentação da rede escolar e decreta o esvaziamento da escola pública, bem como o despedimento de professores»;
- «mercantilização do ensino e abre a porta à privatização da escola pública»
- «submete a responsabilidade do Estado aos interesses dos grupos económicos»
O ministro da Educação «desmantela a escola pública, aumenta o número de alunos por turma, reduz os apoios às escolas e retira autonomia às escolas (...). Cortam-se os recursos para combater o abandono e o insucesso escolar. Corta-se o investimento na escola pública e no próximo ano são menos 500 milhões de euros no orçamento do ensino básico e secundário».
Os governos do PS «estavam no rumo certo como revelam os relatórios PISA 2009 e 2012. Tínhamos uma escola inclusiva que apoiava os alunos com dificuldades de aprendizagem, nenhuma turma tinha 30 alunos. Este Governo destrói todos os dias a escola pública. Estão interessados em fomentar uma escola pobre para pobres».
Nuno Crato
Ministro caricato
A sua prática é piorar
Em vez de melhorar
Do Estado
Para o privado
São mais impostos
Para menos usufrutos
Público? Só para pobres
Os outros pagarão como nobres
Mas como muitos não são endinheirados
Cedo ficarão marginalizados
Mas que sentido
Tem este tecido?
País mais sofrido
Portugal empobrecido
Mas é necessário reformar
Há muito para melhorar
Há muitos a explorar
O Estado sempre a dar
A Nação sempre a financiar
Há que parar
A horda a parasitar
Para muito se alterar
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