domingo, 24 de março de 2013

GOVERNO II - RECTIO CIVITATIS II - GOVERNMENT II


Os piratas enfrentam os heróis
Com todos os seus anzóis
E o esquilo obcecado
Pela conflitual brecha é mergulhado
«Ice Age Continental Drift» Twentieth Century Fox Animation - Blu Sky Studios (Steve Martino - Michael Thurmeier / Michael Berg - Jason Fuchs - Lori Forte) 2012


GOVERNO II

Os piratas governamentais
Prejudicaram interesses nacionais
Com aculturadas leviandades tais
Que não poderão acontecer jamais

Os primeiros a abandonar o porão
São os ratos que deixam o capitão
Com o seu núcleo de apoio e autista ilusão
Que o precioso e mesquinho poder
Irão por ventura e por despesas públicas manter

Mas a nau de gelo da governação
Bem se pode ver que se está a quebrar
E não vai aguentar, não pode aguentar
Mais um toque da realística pressão
Venha ela do Mundo, do político tribunal ou da Nação!


























Os ratos abandonam o porão
A sua única consolação
Como forma de salvação
Nem que seja de empurrão
Não se aguentam não
«Ice Age Continental Drift» Twentieth Century Fox Animation


Não gostamos de personalizar fenómenos sociais objectivos e abrangentes reduzidos a um actor, que com a sua subjectividade condicionada se manifesta, como nós obviamente. Mas Daniel Bessa passou as fronteiras do nosso silêncio:
Apoiante deste Governo desde as suas tristes origens, nunca salientou as questões mais importantes, como a necessidade de apoiar a criação de valor e não de o destruir, de apoiar as Empresas não Financeiras e as Famílias, nem que não fosse pelo não serem carregadas com vil tributação em vez de se proceder desde o início (Outubro de 2010, com o anterior Governo apertado) a uma profunda Reforma do Estado e da Sociedade Política que libertasse a Nação das Despesas Públicas que não criam valor!
E o que este frágil comenta a dor, em termos técnicos e éticos, veio afirmar nos últimos tempos:
«Estamos todos no país a tentar evitar o momento final do anúncio ao mundo da bancarrota e do incumprimento. Não estou a dizer que estamos em cima desse momento, mas, infelizmente, estamos hoje mais perto do que estávamos há dois meses, estamos mais perto do que estávamos há dois anos. E, portanto, é isso que estamos a tentar evitar (...) A meio do ano já será muito difícil lidar com uma execução orçamental muito negativa. O que assistimos é que, mais cedo do que eu próprio admitia, há aqui a confissão de uma dificuldade (...) Portanto, não acho que este Governo vá cair na rua. Vai cair pelo reconhecimento interno, a que não poderá deixar de chegar, da necessidade de ajuda e de que essa ajuda exige outra solução governativa. (...) não é nenhum passe de mágica, não vai resolver nenhum problema só por si. Mas acho que melhora um pouco as condições do exercício da actividade governativa.» (entrevista à Rádio Renascença em 17-3-2013)
Não vamos relembrar aqui as milhares de palavras que comprometem historicamente este actor, nem a sua pobre prestação como Ministro da Economia em 1995, rapidamente substituído pelo Secretário de Estado da Indústria em 1996, o professor Augusto Mateus, muito melhor em termos técnicos e éticos e que com essa experiência governativa muito aprendeu com o mundo micro e meso económico, o que deve ter ferido o seu ego eternamente e não perdoar ao PS essa afronta.
Vamos apenas salientar que a «Prioridade à Dívida» (Expresso 23-03-2013) que escreveu é o que a Troika e este fraco Governo pelo actor fragilmente apoiado se concentraram excessivamente na Dívida e no Défice Públicos e não nas bases de Criação de Valor que os podem diminuir: é esse o erro crasso, tiveram a desvalorizar e não tinham qualquer estratégia para a Competitividade e o Emprego e para a profunda Reforma do Estado e da Sociedade Política que permitiria absorver menos valor e pelo contrário através da sua melhoria, apoiá-lo!
Destacamos aqui Daniel Bessa como exemplo, mas existem muitas, mas muitas mais pessoas que estão a abandonar o porão (os ratos são obviamente uma imagem que costumamos utilizar, mas que não tem qualquer intenção de desrespeito pelas pessoas, o que está em causa a descodificação das suas opiniões e interesses que infelizmente, na maior parte dos casos estão muito longe da defesa da Nação).
Esperemos que os «ratos» que estão a preparar-se para uma nova nau de poder, cada vez mais diminuído, não tenham influência num caminho de novo negativo para a Nação, como este que foi e está a ser percorrido.
Nada mudou na Sociedade Política em termos de Direito Democrático e de Cultura Política, arriscamos-nos fortemente a ter no futuro os mesmos viciados problemas.
O que é confrangedor é que os actores são geralmente os mesmos que têm uma visão de Portugal egoísta e não de alteridade de quem faz Obra Democrática, com paixão pela Nação e não pelo seu ego mesquinho!
Acreditamos em António José Seguro, mas podemos estar iludidos. Em nossa opinião era óptimo que o melhor do PS se ligasse ao melhor do CDS para um futuro Governo, na medida em que consideramos que o PSD representa o maior «Cancer» que existe no sistema partidário, para além da inutilidade do PCP e do BE. Não vemos a formação de um Movimento ou de um Partido alternativo até agora, que pudesse pôr em causa toda esta vulnerável situação.
Esperemos que Jorge Coelho (do betão e alcatrão, do «período de nojo» de intervalo entre a governação e a construção, que sempre abraçara) e que José Sócrates, com fortes responsabilidades na Dívida Pública actual, não venham prejudicar ainda mais uma alternativa a este Governo (o PSD agradece até ao momento, o seu aparecimento, mas pode vir a ter uma surpresa com a capacidade oratória e com algumas razões que lhe deram na parte final do seu Governo, o PEC IV é uma delas), que é urgente concretizar, mas bem, não com velhos actores que nos causam tantas dores.
O que o antigo Primeiro Ministro fez de bom não compensa o que fez de mau, a resultante é profundamente negativa: Portugal é apenas um prolongamento do seu enorme ego. E mais, após o Governo cair, minou o Grupo Parlamentar do PS com apoiantes que minaram a liderança alternativa.
Portugal necessita de novos actores que nos libertem de tantas dores!

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