terça-feira, 2 de julho de 2013

UM PRESIDENTE E UMA MINORIA - A PRAESIDE ET A MINORITATE - A PRESIDENT AND A MINORITY

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PALHA DE AÇO

Agarrado ao poder como uma lapa
Com palha de aço Portugal desgasta
Com meios acima das possibilidades sai da Lapa
Mantém um Estado que tanto gasta



(DES)GOVERNO

Paulo bateu com as Portas
E deixou o Coelho nas hortas
A dar os seus Passos autistas
Nos seus caminhos seguidistas

Depois de várias vezes humilhado
Decidiu colocar tudo no passado?
Foi possível finalmente?
Libertar-se a sua mente, mente?

Quem pensava que o tinha na mão
Teve uma grande desilusão
O agarrado frágilmente ao poder
Dá quase tudo para o manter

Fala de que agora é que seria
A prosperidade já não esperaria
Os sacrifícios impostos iriam valer a pena
A pesadíssima pena com risos de hiena

Que grande caricatura
De uma democrática dita dura
Entre eleições faria o que queria
Afastado já do que antes prometia

Fala em interesse nacional
O que atirou para cima de Portugal
Governou e governa muito mal
A sua ignorância é brutal

Arrogante avança
Surpreendido recua
Desfasado da realidade
Não vai deixar saudade

E os oportunistas que o apoiaram?
O FMI adoraram
O Governo Alemão idolatraram
Tanta mentira espalharam!

Portuguesas e Portugueses
Nunca mais passem um cheque em branco
Por muito que vos pareça franco
Não deleguem assim os nacionais interesses!



Comunicação pública da demissão do Governo de Paulo Portas (líder do partido coligado):
«1. Apresentei hoje de manhã a minha demissão do Governo ao primeiro-ministro.
2. Com a apresentação do pedido de demissão, que é irrevogável, obedeço à minha consciência e mais não posso fazer.
3. São conhecidas as diferenças políticas que tive com o ministro das Finanças. A sua decisão pessoal de sair permitia abrir um ciclo político e económico diferente. A escolha feita pelo primeiro-ministro teria, por isso, de ser especialmente cuidadosa e consensual.
4. O primeiro-ministro entendeu seguir o caminho da mera continuidade no Ministério das Finanças. Respeito mas discordo.
5. Expressei, atempadamente, este ponto de vista ao primeiro-ministro, que, ainda assim, confirmou a sua escolha. Em consequência, e tendo em atenção a importância decisiva do Ministério das Finanças, ficar no Governo seria um acto de dissimulação. Não é politicamente sustentável, nem é pessoalmente exigível.
6. Ao longo destes dois anos protegi até ao limite das minhas forças o valor da estabilidade. Porém, a forma como, reiteradamente, as decisões são tomadas no Governo torna, efectivamente, dispensável o meu contributo.

7. Agradeço a todos os meus colaboradores no Ministério dos Negócios Estrangeiros a sua ajuda inestimável que não esquecerei. Agradeço aos meus colegas de Governo, sem distinção partidária, toda a amizade e cooperação.»

Passos Coelho (primeiro-ministro) reagiu assim à acção de Paulo Portas em 2-7-2013:

«O País foi surpreendido pelo pedido de demissão do sr. dr. Paulo Portas, Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Presidente do CDS-PP.

Eu próprio tenho de manifestar a minha surpresa. Quando ontem propus ao sr. Presidente da República a dra. Maria Luís Albuquerque para Ministra das Finanças, e os seus Secretários de Estado, que incluem um membro do CDS e que tinha sido confirmado pelo dr. Paulo Portas, os acontecimentos de hoje eram evidentemente impensáveis.

É agora claro para todos os Portugueses que a ameaça da instabilidade política, nas atuais circunstâncias, comporta riscos para o País que ninguém pode desejar e que teria consequências muito pesadas.

Seriam dois anos de um grande esforço de todos, de sacrifícios que todas as famílias conhecem, que seriam deitados por terra.

Seria recusar incompreensivelmente os primeiros sinais de viragem que estão finalmente a chegar de forma ainda tímida mas consistente.

Por tudo isto, e pelo facto de o sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros ser Presidente de um partido que suporta o Governo, seria precipitado aceitar esse pedido de demissão. Não pedi, portanto, ao sr. Presidente da República a exoneração do sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.

Numa democracia madura, um Governo de coligação que goza do apoio de uma forte maioria dos representantes do povo não pode ser posto em causa a não ser por divergências de enorme gravidade.

Desde o início que sempre tentei transmitir a todos os Portugueses e a todos os agentes políticos a necessidade imperiosa de colocarmos a prudência, a cabeça fria e o sentido de Estado acima de tudo o resto. Quando começámos este caminho a situação era muito difícil, e as dificuldades ainda não terminaram. Talvez agora todos estejam mais conscientes das exigências que circunstâncias tão delicadas como as nossas impunham. Mas são precisamente esses momentos definidores que mais apelam à serenidade.

Da minha parte poderão contar sempre com essa serenidade. Lucidez nos momentos de crise não é insensibilidade, mas um dever político comum a todos. Comigo o País não escolherá um colapso político, económico e social. Há muito trabalho pela frente e temos de colher os frutos do que semeámos com tanto esforço. O País está primeiro. Esta é uma questão de consciência e de convicção. Os tempos não exigem menos do que isto. E aqui o Primeiro-Ministro representa a esperança de todos os Portugueses de fechar o Programa de Ajustamento e construirmos uma sociedade mais próspera e mais justa.

Quero também dizer-vos que precisamos de clareza. Isso significa que assumo como minha a missão de esclarecer todas as condições de apoio político junto dos partidos que suportam o Governo. Não depende apenas da minha vontade resolver definitivamente este problema. Mas ambos os partidos têm a obrigação de não desiludir o País. Em conjunto, teremos de esclarecer o sentido do pedido de demissão do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros no contexto mais amplo possível: no contexto do nosso projeto comum e no contexto dos perigos que conseguimos evitar.

Essa clareza é também fundamental para manter a credibilidade e confiança internacionais que já conquistámos. Por essa razão irei manter a minha participação amanhã num encontro em Berlim que conta com os chefes de Estado e de Governo da União Europeia e onde continuarei a lutar pelos interesses de Portugal.

Nas próximas horas procurarei junto do CDS clarificar e garantir todas as condições de estabilidade para o Governo e para o País para prosseguirmos a estratégia de superação da crise nacional, agarrarmos um novo ciclo de prosperidade que os Portugueses merecem, e darmos sentido ao grande esforço e sacrifícios de todos. É minha convicção que, sejam quais forem as divergências que estão na base da atual crise, saberemos ultrapassá-las em nome do interesse de Portugal. Estamos cientes de que um Governo de coligação é um compromisso permanente.

É dessa clareza que falo e é essa clareza que espero.

Assumo essa missão com a mesma determinação que desde a primeira hora confrontei todas as adversidades.

Nesse sentido, também eu serei claro. Não me demito. Não abandono o meu País. Abraço, como sempre abracei, o serviço ao meu País com a mesma dedicação e com a mesma esperança. Vivemos num tempo em que não nos podemos assustar diante das adversidades. Como poderia eu assustar-me quando à minha volta vejo exemplos de coragem de tantas centenas de milhares de Portugueses?

Quando atravessamos os problemas colectivos que ainda temos para resolver, o Primeiro-Ministro tem de ser o baluarte da confiança e da tranquilidade. Tem de ser o referencial da persistência e do empenho democrático no único rumo que nos pode fazer sair de uma crise que se arrasta há mais de 10 anos.

O Primeiro-Ministro tem de assegurar a responsabilidade e a energia necessárias para lutar contra todas as adversidades. Tem de representar a vontade colectiva que não se verga nem desiste.

Para tudo isso os Portugueses podem contar comigo.

Nem poderia ser de outro modo quando os Portugueses deram e continuam a dar provas de responsabilidade, de energia e de vontade de lutar.

Nós, políticos e governantes, temos de responder à altura. Porque, afinal de contas, o que está em causa não são as incertezas ou os anseios dos políticos, quer estejam no Governo, quer estejam na oposição, mas o interesse e o bem da nossa comunidade política. Todos desejamos um rápido regresso à estabilidade e à confiança.

Farei tudo, absolutamente tudo, para que assim seja.»

Autista! Esperemos que o CDS finalmente, após tantas ambiguidades, defenda realmente o interesse nacional e contribua para libertar Portugal deste (des)governo, e que contribua para uma futura solução alternativa, que passe por eleições urgentes, com compromissos eleitorais bem claros e que responsabilizem realmente os representantes perante os representados!

Mas não parece ... no dia a seguir (3-7-2013), a trágico-comédia da autoria da coligação e representada pela própria, teve este novo acto:

«A Comissão Executiva do CDS reuniu-se para analisar a situação política, e ouviu do Presidente do
Partido as razões de consciência e a fundamentação política que o levaram, na sequência da
remodelação do Governo, a apresentar a sua demissão de Ministro de Estado e dos Negócios
Estrangeiros.
Tendo em atenção a decisão tomada e a sua natureza irrevogável;
Considerando a prioridade que o CDS sempre atribuiu ao cumprimento das obrigações externas de
Portugal, condição essencial para recuperar a liberdade e a soberania do Estado Português;
Tendo consciência da grave situação económica e social que o País e os portugueses atravessam;
Assinalando o papel decisivo que o CDS tem tido na criação de condições para assegurar a
governabilidade de Portugal, nalgumas circunstâncias em prejuízo das suas próprias convicções;
Registando a disponibilidade do Primeiro-Ministro e líder do PSD, apresentada ontem, para garantir
todas as condições de estabilidade governativa, no sentido de assegurar um novo ciclo económico e
social;
A Comissão Executiva do CDS chegou às seguintes conclusões:
Primeiro: Mandatar o Presidente do Partido no sentido de, com a máxima brevidade, reunir com o
líder do PSD para, em conjunto, definirem as circunstâncias que garantam uma solução viável para
a governação de Portugal;
Segundo: Considerar que é essencial, no âmbito desse esforço, garantir a utilidade efectiva do
contributo do CDS no quadro da definição das políticas da maioria.
Terceiro: Não obstante a ministra Assunção Cristas e o ministro Pedro Mota Soares terem colocado
os seus cargos à disposição do Partido, foi considerado importante que permaneçam no exercício
das suas funções, tendo em vista não dificultar a superação da presente crise.
Quarto: Por fim, a Comissão Executiva quer dar uma palavra de confiança aos militantes do CDS,
cujos representantes se reúnem este fim de semana na Póvoa de Varzim no seu 25º Congresso.»

Portanto, vão negociar sempre em nome do interesse nacional ... MAS NA VERDADE DEFENDER O INTERESSE NACIONAL TERIA SIDO NÃO PERMITIR:

- QUE AINDA NÃO SE TENHA INICIADO AINDA UMA PROFUNDA REFORMA DO ESTADO;
- QUE NÃO SE TIVESSE REALIZADO UMA BRUTAL E ABUSIVA TRIBUTAÇÃO DESDE 2011;
- QUE A CRIAÇÃO DE VALOR ESTEJA A SER FORTEMENTE PREJUDICADA PELAS OPÇÕES FACILITISTAS DO GOVERNO:
- OS ABUSOS DE POSIÇÃO DOMINANTE CONTINUAM DE UMA FORMA INTOLERÁVEL;
- PORTUGAL CONTINUA DOMINADO POR JOGOS DE SOMA NEGATIVA OU NULA.

OBVIAMENTE QUE A TROIKA TERIA ACEITADO UMA PROFUNDA REFORMA DO ESTADO DESDE O INÍCIO, QUE AS TENTATIVAS DE APRENDIZAGEM DE VÍTOR GASPAR COMPROMETERAM SERIAMENTE OS GRAUS DE LIBERDADE DO GOVERNO E DE PORTUGAL, CUJOS ERROS FRAGILIZARAM A POSIÇÃO DE PORTUGAL, COM CÍRCULOS VICIOSOS A SEREM EMPOLADOS DE UMA FORMA LEVIANA E IRRESPONSÁVEL.

O líder do CDS sairá do Governo, o CDS apoiará um novo Governo com ou sem elementos do CDS, desde que o ggelatinoso Passos Coelho recue de novo, como prometeu, para mais tarde de novo, avançar outra vez até uma nova crise ... A INSTABILIDADE É O GOVERNO E A SUA LEVIANDADE, IMPREPARAÇÃO, INCOMPETÊNCIA, FALTA DE ÉTICA, FALTA DE CLASSE, FALTA DE NÍVEL, FALTA DE RESPEITO EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS QUE NELES ACREDITARAM E VOTARAM, FALTA DE RESPEITO POR NÓS QUE NUNCA GOSTÁMOS DO SEU ASSALTO AO PODER À CUSTA DA NAÇÃO, COM A ENTREGA DO PAÍS AO FMI E AO GOVERNO ALEMÃO, PARA ENTRAR MUITO DINHEIRO QUE DISFARÇASSE AS LEVIANDADES COMETIDAS:
- NA BANCA (BPN, ...);
- NA MADEIRA;
- NAS AUTARQUIAS;
- NO ESTADO EM GERAL QUE GASTOU DEMAIS EM BETÃO, ALCATRÃO, FÁRMACOS, AUTOMÓVEIS, ET CETERA.

OS ERROS COMETIDOS PELAS EMPRESAS E PELAS FAMÍLIAS ESTÃO A SER PAGOS PELOS PRÓPRIOS COM A DESAJUDA DO ESTADO QUE AS AINDA CARREGOU COM MAIS FARDOS MUITO PESADOS.  

Do palco vai-se voltar aos bastidores ...

E dos bastidores se volta ao palco por via do mau da peça, Passos Coelho:

«Com o sr. dr. Paulo Portas, presidente do CDS/PP, foi possível esclarecer a questão política da demissão do sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros. Trata-se de uma decisão que foi tomada a título pessoal e que não envolve o apoio do CDS/PP ao Governo.
Nessa medida, foi-me transmitido pelo sr. dr. Paulo Portas que o CDS/PP, num quadro que deverá ser evidentemente agora aprofundado, junto do dr. Paulo Portas e do próprio partido, será encontrada uma forma de poder garantir o apoio político do CDS/PP ao Governo. E nessa medida de garantir a estabilidade política no país.
Nesse sentido me comprometi a, junto do sr. dr. Paulo Portas, que é Presidente do CDS/PP, encontrar a melhor fórmula de garantir, tão rapidamente quanto possível, perante o país, a solução para esta situação.
Da minha parte, portanto, devo dizer ao país que como primeiro-ministro tudo farei, como já reafirmei, para garantir as condições que são necessárias para que o Governo prossiga o seu trabalho em condições, como é obrigatório, penso eu, e patriótico. Isso significa, portanto, que me cabe como chefe de Governo procurar agora, junto dos dois partidos, um reforço desse apoio político ao Governo que permitirá que ele desempenhe esta tarefa.
Como é sabido, existe também da parte do sr. Presidente da República uma avaliação desta situação que competirá, evidentemente, ao sr. Presidente da República pronunciar.»

EM NOME DA ESTABILIDADE POLÍTICA TEM-SE DESESTABILIZADO PORTUGAL EM TERMOS SÓCIO-ECONÓMICOS E POLÍTICOS
EM NOME DO INTERESSE NACIONAL TÊM-SE DESVALORIZADO E FRAGILIZADO A NAÇÃO

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