domingo, 11 de novembro de 2012

EXPORTAÇÃO III - EXPORTATIO III - EXPORT III

Porto de Lisboa

O desastroso Governo Português já conseguiu prejudicar fortemente as Exportações Portuguesas, por via da sua desastrada tentativa de diminuição dos custos nos Portos Nacionais a partir do início de Setembro, para aumentar a sua competitividade: até agora conseguiu que muitas mercadorias fiquem retidas face às greves dos portos (tendo conseguido acordo com os sindicatos dos trabalhadores dos portos de Sines e Leixões).  Em Lisboa e Setúbal nem consegue a diminuição dos custos nem consegue o fim das greves! A Volkswagen Autoeuropa tem 10.000 automóveis retidos em Setúbal, e a Portucel é outra das empresas lesadas, com efeitos nefastos nos clientes. Isto é intolerável!

Em Setembro de 2012 relativamente a Setembro de 2011, o Instituto Portuário e dos Portos Marítimos (IPTM) divulgou uma quebra de -10% na carga movimentada e o Instituto Nacional de Estatítica (INE) anunciou um diminuição de -6,5% nas Exportações de mercadorias, que justificou com a «paralisação de alguns portos nacionais». Entre as 0h do dia 19 de Setembro e as 8h do dia 21 de Setembro foi realizada uma greve dos trabalhadores das administrações portuárias. Nos dias 25 e 26 de Setembro os estivadores e os pilotos de barra paralisaram. O porto de Lisboa passou das cerca de 1000 milhões de toneladas de carga movimentada em Setembro de 2011 para as 589 milhões de toneladas em Setembro de 2012 (-41,21%). 80% das Exportações para Países extra União Europeia são efectuadas por via marítima. O desvio das mercadorias para os portos de Sines, de Leixões ou de Espanha ou o maior tempo de armazenagem, implicam aumento de custos para as empresas e prejudicam fortemente a posição dos exportadores perante os seus clientes internacionais.

As greves prolongaram-se por Outubro (em que a quebra homóloga da carga movimentada foi menor, -0,76% segundo o IPTM devido à quebra das importações) e vão continuar em Novembro. O IPTM argumenta que Sines e Leixões representam agora 73% da carga movimentada e 55% dos estivadores e anunciou a diminuição das taxas portuárias em -10%. Os empresários solicitam a «requisição civil».

Na nossa opinião é muito importante que os portos sejam competitivos, com o respeito pelas boas condições de trabalho, mas é inadmissível que estes bloqueios às Exportações estejam a acontecer. Nesse sentido, consideramos que o interesse Nacional é incompatível com a greve, pelo que o Governo teria que ou ter tido maior cuidado na reforma (a ser discutida na Assembleia da República) ou ter impedido as greves por via da «requisição civil». Nem uma coisa nem outra  demonstram a total incapacidade deste Governo!

Observemos agora com maior profundidade, as estatísticas do Comércio Internacional de Bens do INE e elaboremos os seguintes gráficos-quadros:

Apesar da diminuição homóloga das Exportações de bens em Setembro (-6,5%, -246 M€)), as mesmas foram acompanhadas por uma redução ainda mais acentuada das Importações (-8,4%), o que implicou uma melhoria no défice da Balança Comercial de bens (-1309 M€ em 2011, -1124 M€ em 2012). Se retirarmos os Combustíveis refinados exportados e os Combustíveis em bruto importados, o impacto é ainda maior: défice da Balança Comercial de apenas -277 M€ em 2012 face a um défice de -579 M€ em 2011. A quebra homóloga das Exportações sem o Petróleo refinado pela GALP foi de -5,9% (-205 M€).

No mês de Setembro a quebra das Exportações foi de -231 M€ (-8,3%) na U.E. e de apenas -15 M€ extra U.E., com a seguinte desagregação por Países:

- Finlândia (Finland) +17 M€;
- Itália (Italy) +13 M€;
- Espanha (Spain) -75 M€;
- Alemanha (Germany) -75 M€;
- França (France) -37 M€;
- Bélgica (Belgium) -27 M€;
- Reino Unido (United Kingdom) -24 M€;
- Polónia (Poland) -9 M€;
- Bulgária (Bulgary) -8 M€.

Em termos acumulados, até Setembro de 2012 as Exportações tiveram um aumento homólogo de 2425 M€ (+7,7%), 1621 M€ sem Combustíveis (+5,5%), 578 M€ na União Europeia (23,8%) e 1847 M€ (76,2%) extra União Europeia. O peso da União passou de 74,8% para 71,2%, com a seguinte desagregação por Países, por Continente (com baixos relevos do Hotel Ritz em Lisboa):
EUROPA
- França (France) +163 M€;
- Grécia (Greece) +161 M€;
- Reino Unido (United Kingdom) +134 M€;
- Holanda (Nederland) +126 M€;
- Bégica (Belgium) +98 M€;
- Itália (Italy) +55 M€;
- República Checa (Czech Republic) +33 M€;
- Roménia (Romania) +28 M€;
- Hungria (Hungary) +28 M€;
- Finlândia (Finland) +24 M€;
- Dinamarca (Denmark) +23 M€;
- Áustria (Austria) +17 M€;
- Bulgária (Bulgaria) +17 M€; 
- Espanha (Spain) -368 M€;
- Alemanha (Germany) -57 M€
- Turquia (Turkey) +45 M€;
- Rússia (Russia) +31 M€;
- Suiça (Switzerland) +26 M€;
- Gibraltar (Gibraltar) +27 M€;
- Noruega (Norway) +10 M€;
ÁFRICA
- Angola (Angola) +539 M€;
- Moçambique (Mozambique) +54 M€;
- Guiné Bissau (Guinea Bissau) +7 M€;
- Malawi (Malawi) +24 M€;
- Togo (Togo) +22 M€;
- África do Sul (South Africa) +13 M€;
- Nigeria (Nigeria) +13 M€;
- Senegal (Senegal) + 10 M€;
- Marrocos (Morocco) +66 M€;
- Mauritânia (Mauritania) +16 M€;
- Egipto (Egypt) +7 M€;

AMÉRICA
- Estados Unidos da América (USA) +371 M€;
- Canadá (Canada) -11 M€;
- México (Mexico) -186 M€;
- Brasil (Brazil) + 83 M€;
- Venezuela (Venezuela) +120 M€;
- Cuba (Cuba) +10 M€;
- Peru (Peru) +8 M€;
- Colômbia (Colombia) +7 M€;

ÁSIA
- China (China) +378 M€;
- Hong Kong (Hong Kong) +16 M€;
- Macau (Macao) +6 M€;
- República da Coreia (Korea Republic) +21 M€;
- Malásia (Malasya) +14 M€;
- Indonésia (Indonesia) +8 M€;
- Japão (Japan) +5 M€
- Timor Leste (East Timor) +3 M€.
- Israel (Israel) +22 M€;
- Omã (Oman) +34 M€;
- Arábia Saudita (Saudit Arabia) +32 M€;
- Kuwait (Kuwait) +16 M€;
- Emiratos Árabes Unidos (UAE) +11 M€;

Em termos de produtos a desagregação das variações acumuladas até 30-09-2012 é a seguinte:
- Máquinas, aparelhos e materiais mecânicos e eléctricos (+533 M€);
- Obras de ferro ou aço (+149 M€), de cobre (+20 M€) e de metais comuns (+20 M€);
- Obras de borracha (+119 M€) e de plástico (+33 M€);
- Da fileira Moda: tecidos impregnados revestidos (+20 M€), o vestuário - excepto malha (+58 M€) e o calçado (+19 M€) da fileira Moda;
- Da fileira alimentar (+281 M€): bebidas (+61 M€), gorduras e óleos alimentares (essencialmente azeite), +41 M€, sementes e frutos oleaginosos (+12 M€), frutas, hortícolas e sua preparação (+57 M€), preparações à base de cereais (+15 M€), de carnes e peixes (+15 M€), animais vivos (+24 M€), carnes e miudezas (+27 M€) e lacticínios e ovos (+29 M€);
- Da fileira Construção – Lar (predominantemente): obras de pedra (+18 M€), cerâmica e vidro (+9 M€), a cortiça (+10 M€), a madeira (7 M€) e o mobiliário (55 M€);
- Automóveis -112 M€ (essencialmente Volkswagen Autoeuropa);
- Combustíveis +804 M€ (Galp Energia);
- Metais preciosos (saliência para o ouro) +224 M€.

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