domingo, 4 de novembro de 2012

DÁCIA - DACIA - DACIA (ROMÉNIA - ROMANIA - ROMANIA)

Representada por «România Revoluţionară» («Roménia Revolucionária) de Constantin Daniel Rosenthal (1850)

Dacia ... ano 82 antes de Cristo ... o seu reino, rico em ouro e prata, é liderado por Burebista. Júlio César cobiça-o, mas não consegue realizar os seus planos de invasão porque é assassinado à traição no Senado, tal como Burebista, no mesmo ano (44 a.C.).   


«Dacian Kingdom, under the rule of Burebista, 82 BC» por Bogdangiusca (Wikipedia) com a licença de utilização Creative Commons ( http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/deed.pt)

Em 100 depois de Cristo os Romanos fazem pressão sobre as suas fronteiras a Sul e a Oeste:
«La Dacia prima della conquista romana nel 100 d.C.» de Cristiano64 (Wikipedia) com a licença de utilização Creative Commons (http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/deed.ro)

E Trajano, o imperador nascido na Baetica, passa o Danúbio (ISTER) e invade a Dacia em 101 d.C.. O seu líder Decebalus, é obrigado a aceitar em 102 d.C. uma paz em posição de fragilidade, desfeita em 105 d.C.. Em 106 d.C. Roma controla a Dacia, o ouro e a prata da futura Transilvânia (ULTRA SILVAM, beyond the forest, além floresta).


«Forma provinciarum Dacicarum» Andrei Nacu (Wikipedia) com a licença de utilização Creative Commons (http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/ro/deed.en)


Flavius Eutoprius na sua obra «Breviarium historiae Romanae» («Abridgement of Roman History») afirmou (entre 364 e 378 d.C.): 
«(...) Trajan, after he had subdued Dacia, had transplanted thither an infinite number of men from the whole Roman world, to people the country and the cities; as the land had been exhausted of inhabitants in the long war maintained by Decebalus.»

A Cultura Latina vai-se tornar indelével nesta PROVINCIA ROMANA, em primeiro lugar através da sua língua, o Latim que vai dar origem ao Romeno e que vai influenciar fortemente a especificidade da Nação Romena : a única que é Latina no Leste da Europa e que se junta às Nações Latinas e Europeias da Itália, da França, da Bélgica, da Espanha e de Portugal.

A presença Romana ainda hoje se sente em imensos locais da Roménia:

- Porta de POROLISSUM
 File:Gate Porolissum.jpg
Fotografia de Emi Cristea (Wikipedia) com a licença de utilização Creative Commons (http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/deed.en)
- Forum de ULPIA TRAIANA SARMIZEGETUSA
Fotografia de OttisP (Wikipedia) com a licença de utilização Creative Commons (http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/deed.en)
- Altar em NAPOCA
- Minas de Ouro de ALBVRNUS MAIOR












- CASTRA SUCIDAVA



- Forte de DROBETA
Fotografia de Denis Barthel (Wikipedia) com a licença de utilização Creative Commons (http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/deed.en)
- TROPAEUM TRAIANI
- TOMIS
- HISTRIA
- DINOGETIA

De novo Flavius Eutoprius («Breviarium historiae Romanae»):
«Aurelian (...) was born in Dacia Ripensis (...)
The province of Dacia, which Trajan had formed beyond the Danube, he gave up, despairing, after all Illyricum and Moesia had been depopulated, of being able to retain it. The Roman citizens, removed from the town and lands of Dacia, he settled in the interior of Moesia, calling that Dacia which now divides the two Moesiae, and which is on the right hand of the Danube as it runs to the sea, whereas Dacia was previously on the left.»
Em 271 d.C. o Imperador Romano Aureliano retira legiões e civis da Dácia do lado esquerdo do Danúbio para o seu lado direito, para a Mésia (MOESIA), face às crescentes dificuldades da sua defesa, com a pressão nomeadamente, dos Godos, que vão ser aí vencidos pelos Romanos, liderados pelo Imperador.
A protecção da Mésia, era assegurada também por posições militares na margem esquerda do Danúbio, tendo algumas cidades romanas sobrevivido após a retirada romana. 
As tribos aí localizadas de Sarmatae, Bastarnae, Carpi e Quadi, vão sofrer a pressão de Vandalos, dos Godos e dos Gépidas, levando-os a deslocarem-se para a margem direita do Danúbio. 
Em 291 d.C. os Godos, recuperados da derrota infligida por Aureliano, derrotam os Carpi e ameaçam os Romanos. Algumas populações romanizadas coexistem com estes Germanos originários da Tergínvia (os Tervingi), que acabam por dominar parte da Dacia em 295 d.C., que passa a ser designada por Gótia. É estabelecido um acordo com os Romanos que os reconhecem como Foederatus, federados, associados ao Império, o que permite uma situação de paz até que em 323 d.C. invadem a Dácia Romana, sendo derrotados pelo Imperador Constantino em 324 d.C., que em 328 d.C. constrói uma nova ponte sobre o Danúbio junto a Sucidava, reconstrói a estrada que a liga a Romula e em 336 d.C. recria uma Província Romana a Norte do Danúbio, ampliando de novo a Dácia Romana.
Os Godos são afastados para a Transilvânia, entram em conflito com os Sarmatae, que solicitam o apoio dos Romanos, que não só lhes vão permitir localizar-se a Sul, como vão derrotar de novo os Godos. O novo acordo de paz vai durar até 367 d.C., até ao momento em que o Imperador Valens vai derrotar de novo os Germanos. Os Godos, no entanto, vão ser forçados pelos Hunos a abandonarem a Gótia e a invadirem o Império Romano, derrotando-o desta vez na batalha decisiva de Adrianopolis, perto de Constantinopla, em 378 d.C.  

Como é que sobreviveu a Cultura Latina que chegou à futura ROMANIA a partir da DACIA Romana? Pela sua Romanização.
A Romanização manifesta-se nomeadamente, pela cerâmica romana encontrada pelos arqueólogos com introdução de estilos da cultura local. Os Dácios recrutados para o exército imperial são descritos em inscrições como NATIONE DACUS (nativos, romanizados e colonos) e tornavam-se cidadãos romanos quando regressavam à DACIA FELIX. As zonas ao longo do rio Danúbio eram as mais romanizadas. Em cerca de 3000 inscrições encontradas com nomes de colonos, 74% eram Latinos, 14% Gregos, 4% Iliricos, 2,3% Celtas, 2% Trácio-Dácios e 2% Semitas da Síria, segundo Béla KöpecziLászló Makkai e András Mócsy na sua obra «History of Transylvania — From the Beginnings to 1606», 1994, Budapest, Akadémiai Kiadó.
Existe uma continuidade da presença dessa população Daco-Romana, que é comprovada de novo pela cerâmica encontrada, datada após 271 d.C. em Potaissa, e pela cunhagem de moedas dos Imperadores Tacitus e Crispus em Napoca, que demonstram a continuidade destas cidades. Em Porolissum, essa cunhagem de moeda é reiniciada com Valentinianus, irmão de Valens e Coimperador (364 d.C.-375 d.C.). Na cidade Ulpia Traiana Sarmizegetusa, junto à antiga capital do Reino Dácio, Daco-Romanos continuam a habitá-la e fortificam o seu anfiteatro contra as investidas bárbaras.
A presença do Império Romano do Oriente até ao princípio do século VI, a sul do Danúbio na Moesia e actual Dobrudja, vai permitir às cidades a Norte do Danúbio, terem uma contínua influência Latina, por via nomeadamente do comércio de mercadorias, conforme é referido por Vlad Georgescu e Matei Calinescu em «The Romanians: a history», 1991.

«EGO ZENOVIUS VOTUM POSVI», «Eu Zenovius ofereço esta prenda»: este Donarium do século IV, em forma de Labarum em bronze, com o monograma Χρ, as primeiras letras (Chi e Rho) da palavra em grego Χριστός, Christus, Cristo, foi encontrado na  Transilvânia, na floresta de Chimdru, em 1775. É mais uma manifestação da continuidade Latina na Dácia após a retirada Romana. 
 




Em 1848 desenvolvem-se na Europa Revoluções Democráticas... a designada «Primavera das Nações», que começou em Paris e se vai estender à futura Roménia (Munténia, Moldávia), à Hungria, à Polónia, aos Estados Italianos, aos Estados Germânicos, a outras partes do Império Austríaco, à Ucrânia, à Dinamarca, à Bélgica, à Irlanda e Grã Bretanha, mas também à América do Sul, a Nova Granada (Colômbia) e ao Brasil.
Statuia Libertatii em Arad, Romania pelo escultor húngaro György Zala (1881)


































«Map of Europe, showing the major events of 1848 and 1849» por Dahn (Wikipedia)  com a licença de utilização Creative Commons (http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/deed.en)




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