sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

REINO DE PORTUGAL IV - REGNUM PORTUGALLIS IV - KINGDOM OF PORTUGAL IV

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d1/Flag_John_IV_of_Portugal_%28alternative%29.svg/800px-Flag_John_IV_of_Portugal_%28alternative%29.svg.pnghttp://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d9/Flag_Peter_II_of_Portugal.svg/200px-Flag_Peter_II_of_Portugal.svg.png
Flags of the kings João IV and Pedro II

REINO DE PORTUGAL (IV: 1640 - 1777)

O domínio Filipino
Foi mesquinho e pequenino
Empobreceu ainda mais
Portugal e os demais

Ingleses, holandeses e franceses
Atacam por todos os lados
Os territórios dos portugueses
Que Madrid defendia com menos soldados

O balão filipino
Estava a traçar o seu destino
As sua centralizações e ambições
Punham em causa as Nações

A autista megalomania
Na armada e nas finanças já tinha perdido a mania
O financiamento das guerras
Provocou revolta nas Terras

Levantou-se a Catalonia
E a antiga Lusitânia
Mais tarde a Andaluzia
Com os impostos como via

Em 1640 Portugal liberta-se
A tirania castelhana cai em Lisboa
O seu saque em 1580 inverte-se
Porque a causa era agora para todos boa

João IV é aclamado Rei
De vitória em vitória se fortaleceu a Grei
Apesar da queda de Barcelona, em 1668 se assina a paz
Que com Castela muitas vezes se desfaz

António do António Sermão
Luta contra a inquisição
Defende o «novo» cristão
E o brasileiro índio da escravidão

Pela sua visão vai seguro
Para a «História do Futuro»
Depois do assírio, persa, grego e romano
Viria o quinto império lusitano

O «Reino Universal» do quinhentista
António também de seu nome
Bandarra e não Vieira de sobrenome
São rios que desaguam no Pessoa universalista

A partir da mesma fé em Jesus Cristo
Se mataram reformadores e contra reformadores
O Salvador não veio para o Cristianismo ser isto
Poder sem Amor, protestantes e católicos provocaram muitas dores

Só em 1648 é assinada a paz
De guerras que vinham de um século atrás, que jaz
O catolicismo fica reduzido à Irlanda, Península Ibérica
À França, Bélgica, Polónia, Baviera, Áustria, Hungria e Península Itálica

No Reino de Portugal católico
A Casa de Bragança vai reinar
E suas vulnerabilidades começar logo a mostrar
Quando a primeira hereditária sucessão se vai dar

Teodósio Príncipe do Brasil
Não chega a suceder a seu pai
Afonso VI é quem lhe sucede sem perfil
A rainha Luísa de Gusmão de Huelva à frente da regência vai

Com a Inglaterra  se renova a velha aliança
A sua filha Catarina vai ser britânica rainha
Mas é afastada pela vontade de poder com esperança
De que a amizade de um conde com o rei seja tão daninha

Com a forte pressão
De nova castelhana invasão
O frágil rei acaba por abdicar
E o ambicioso conde se afastar

Sobe ao poder Pedro II, seu irmão
Que com a sua mulher Maria Francisca de Sabóia se casa
Da nobreza para a monarquia puxa a brasa
E se fortalece com  o estreitamento da luso-britânica ligação

A Inglaterra protege Portugal militarmente
Portugal cede Tânger e Bombaim
Divide o comércio da canela irmãmente
Concede-se às famílias britânicas liberdade sem fim

Partilham-se cidades indianas e brasileiras
Estabelecem-se têxteis manufacturas
E do doce Brasil cheio de açucar, ainda no século XVII no seu final
Começa a chegar uma nova dependência, o ouro a Portugal

Em 1702 inicia-se em Espanha uma guerra de sucessão
Após a casa de Bourbon subir ao trono que era Habsburgo há contestação
Áustria, Prússia, Hannover, Escócia, Inglaterra, Portugal e Catalunha por uma parte
Espanha bourbonista, França e a Baviera por contra-parte

A marciana resultante
Vai ser importante
A Espanha vai perder poder no exterior
Mas vai centrá-lo no seu castelhano interior

Catalunha e Valência
Perdem a sua autonomia e influência
E no contexto da guerra Portugal muito vulnerável
Em 1703 vai assinar um tratado muito desfavorável

Em que se vai incentivar a exportação de vinho português
E a importação de lanifício (têxtil) inglês
Cujo desequilíbrio será compensado pelo ouro do Brasil
E o desenvolvimento de Portugal ficará bloqueado nesse ardil

Actividade secundária para Inglaterra, actividade primária para Brasil e Portugal
David Ricardo falará de vantagem comparativa
Mas de facto a portuguesa dependência será activa
O Reino ficará desnecessariamente mal

Filho da generosa rainha Maria de Neuburg , João V, quinto
O sucessor Não poderia prosperar pelo tinto
E até o dourado metal declinar
O brasileiro ouro vai compensar

Sem estruturar
Sem colher e semear
Só com arte a edificar
Portugal vai-se atrasar

Em 1706 o exército português
Estava na Catalunha com o inglês
Mas em Almansa os Bourbon obtêm uma importante vitória
E a defesa do Reino passa a ser a única escapatória

Depois do apogeu do ouro, veio o seu declínio
E o rei vai esgotar das brasileiras Minas o seu fascínio
Com forte tributação
Vai fomentar no Brasil a rebelião

Ao rei perdulário, que perdeu com leviandade uma grande oportunidade
Sucedeu José I, filho de Maria Ana de Habsburgo, de austríaca natalidade
Que se tinha apercebido da corte portuguesa na sua fragilidade
Que trocava o conhecimento pela beleza, o luxo e a facilidade

Arrastava-se penosamente para um grande atraso Portugal
E o rei casado com Mariana Victoria de Bourbon, vinda de Castela
Vai entregar o poder ao secretário do Reino, Sebastião de Melo, futuro Marquês de Pombal
Que o vai exercer com despotismo iluminado a delegada tutela

Perante o desenvolvimento de Inglaterra
Procura tarde demais incentivar economicamente a portuguesa terra
Monopólios e manufacturas protegidas da concorrência externa
Apoiadas pela importação da matéria ultramarina interna

Liberta os escravos na Índia e Portugal dos importados autos de fé castelhanos da Inquisição
Que se iniciaram (1481) e terminaram (1781) em Sevilha
Mas manda executar os nobres Távoras sem luz e sem compaixão
E torna a Inquisição sob o seu controlo, uma régia ilha

Os poderosos Jesuítas recebem ordem de expulsão
O seu monopólio na Amazónia e na não superior educação
Não vai ter alternativa e fica limitada a universitária transformação
Deixa de ser novo ou velho o cristão

São repetidos e adicionados erros em relação ao Brasil
Com monopólios e bruta tributação
Vai-se alimentando o sentimento de poder vil
E o desejo de autonomia e de libertação

Todas as decisões
Têm as mesmas orientações
Aumentos dos poderes
Sobre todos os seres

Em 1755 após o terramoto
Não se esperava outro maremoto
A reedificação de Lisboa
Ergueu-se sobre todas as classes e ainda soa

A censura régia era mais um meio
De aumentar e exercer o poder do Estado
Sobre Portugal que continuou coitado
O último fim qual era, para além do poder no seu seio?  

Estes déspotas pseudo esclarecidos
No futuro são muito ouvidos
Talvez porque à centralização do poder a alternativa tem sido
Grupos dominantes sem nacional sentido


































«Vitória» José Simões de Almeida (1886) integrada no monumento aos «Restauradores» (Lisboa) foto de Ligh Warrior
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/19/Pav_historia_futuro.jpg/220px-Pav_historia_futuro.jpg 
António Vieira «Historia do Futuro» (1649, 1665, edição de 1718)

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/99/24-_Rainha_D._Maria_Sofia.jpg
Maria Sophia de Neuburg rainha generosa casada com o rei Pedro II, mãe do rei João V
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/80/Lisboa_June_2013-1.jpg/467px-Lisboa_June_2013-1.jpg
«Monument to the Marquess of Pombal, Lisboa, Portugal» - photo by Alvesgaspar (Wikipedia) http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/deed.pt

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