terça-feira, 28 de maio de 2013

DEMOCRACIA II - DEMOCRATIA II - DEMOCRACY II

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O líder do Partido Socialista António José Seguro no seu discurso na conferência «Next Left e os movimentos sociais» promovida pela Fundação Respublica e pelo Instituo Renner (27-5-2013), salienta o enorme desfasamento entre representantes e representados na Democracia Portuguesa:

[É necessário] «um novo Governo com legitimidade democrática» [renovada, está a aumentar a distância entre a democracia real e a democracia ideal.]

«As pessoas olham para os actores do processo democrático e não se revêem muitas das vezes nas atitudes e nos comportamentos sentindo que os seus problemas estão a aumentar e que não há uma resposta das instituições. Isso leva ao afastamento dos cidadãos em relação ao processo democrático, leva à desafectação, à desilusão e desfiliação (...) têm de aproximar o discurso da realidade, porque se houver afastamento, a consequência é que, no plano imediato, ou quando se chegar à função governativa, gerar-se-à desilusão e desconfiança».

«É isso que se passa em Portugal, com um Governo que prometeu precisamente o contrário do que está a fazer. Além de se colocar o problema da legitimidade do contrato eleitoral, há também problemas de desafectação, desilusão e desconfiança. Como o país tem problemas sérios que precisam de uma abordagem mais profunda do que tradicionalmente, isso convoca a necessidade de uma legitimidade democrática para poder fazer o que é necessário fazer»

«Quem está hoje na vida pública e ambiciona governar o país, tem de possuir a consciência de que não se pode prometer tudo a toda a gente. Em cada momento, é preciso ter a noção que é preciso falar verdade, sem cortar a esperança às pessoas, mas simultaneamente propondo aquilo que é necessário ser feito para gerar confiança e para resolver os problemas concretos das pessoas».

António Seguro é das pessoas da Sociedade Política que mais se preocupa com o necessário aprofundamento da Democracia.

António Salazar foi a pessoa que mais condicionou o desenvolvimento da Democracia em Portugal, tendo a sua autocracia limitado fortemente a actual Democracia imatura, com representatividade enviesada e muito pouco participativa.

Em 28 de Maio de 1926, há 87 anos, a I República caía sob os seus próprios erros, tal como a Monarquia tinha caído. Nasce uma II República que vai bloquear Portugal em termos políticos, culturais, sócio-económicos através de um regime de tirania, ignorância e fanatismo. Portugal fica durante décadas sem Liberdade e após o advento da III República sem Responsabilidade.

Ainda hoje se sentem fortemente os efeitos das causas do «Estado Novo» autocrata, dirigido essencialmente por António Oliveira Salazar que tinha medo da indústria, dos comunistas e de perder o Ultramar e que condicionou fortemente o desenvolvimento industrial, gerou comunistas como cogumelos com a humidade e comprometeu seriamente a presença de Portugal no «Ultramar», lançando-o na guerra quente indirecta entre as superpotências, lançando-o indirectamente, nas mãos dos soviéticos em 1975. Quem deu força a um conflito que degenerou numa desastrosa «Descolonização»: Salazar, que nunca conheceu o «Ultramar» e que não o deixou desenvolver-se, nem que se criassem condições para independências amistosas em relação a Portugal. As filhas e os filhos da Nação Portuguesa tudo fizeram para criar relações cristãs e saudáveis nas «Colónias», mas Salazar, com a sua tirania, ignorância e fanatismo permitiu que os oportunistas do regime exercessem a total arbitrariedade, saque para benefício pessoal e de grupo (o exemplo dos «prejuízos» do Banco Nacional Ultramarino e a quase escravatura nas roças de cacau de São Tomé e Príncipe são apenas uma uma pequena manifestação da cultura nociva que se instalou). Fomentaram-se os jogos de soma negativa ou nula, abusos de posição dominante, uma cultura da denúncia, ainda por cima falsa, tipo Inquisição, amesquinhou-se Portugal, hipotecou-se culturalmente o País, que acumulou ouro, mas que não se desenvolveu, que ficou extremamente atrasado.
Depois de uma «guerra colonial», depois de uma «guerra civil», só agora Portugal desenvolve relações mutuamente favoráveis com Angola, por exemplo. Mas existem condicionamentos que vão demorar muito tempo a serem transcendidos.


  

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