terça-feira, 7 de maio de 2013

COLÔMBIA PORTUGAL II - COLUMBIA LUSITANIA II - COLOMBIA PORTUGAL II

Colombia e Portugal
Unidos na expressão cultural
Duas Nações Latinas
Profundamente amigas


A presença de Portugal como País convidado na Feira Internacional do Livro de Bogotá foi emocionante! Numa Seita-Feira (Viernes) com entrada gratuita, o pavilhão de Portugal recebeu mais de 60 mil visitantes!

«Portugal era um desconhecido para nós mas, depois da Feira, vai deixar de ser. E eu tenho vários amigos que já me disseram que este ano vão passar férias ao vosso país.» Enrique González Villa (presidente da Camara Colombiana del Libro)


Site da participação de Portugal na FILBO (http://portugalfilbo.com/):





http://portugalfilbo.com/images/vid/ninos/foto6.jpg


A propósito da estadia em Lisboa de Gabriel García Márquez durante duas semanas em Junho de 1975, reproduzimos aqui as suas palavras, a partir do excelente trabalho de Ricardo J. Rodrigues «A história de Gabriel García Márquez em Lisboa» Diário de Notícias (Notícias Magazine) 28-04-2013:


 «Lisboa é a maior aldeia do mundo. Quando chegar, conto-te desta revolução.» Gabriel García Márquez, Lisboa, Junho de 1975 (postal dirigido a Juan Gossain)

«Tive a sensação de estar a viver de novo a experiência juvenil de uma primeira chegada. Não só pelo verão prematuro em Portugal e pelo odor a marisco, mas também pelos ventos e pelos ares de uma liberdade nova que se respiravam por toda a parte.»
«Lisboa é uma das mais belas cidades do mundo e, até há um ano, era também uma das mais tristes, por obra de uma rara ditadura medieval que durou quase meio século e cuja força se fundava numa polícia política inclemente. É um país de pobres que enfrenta obstáculos terríveis e uma pressão tremenda. Por causa da sua posição geográfica, está obrigado a sentar-se de sapatos rotos e casaco remendado na mesa dos mais ricos e sofisticados do mundo.»
«A influência negra é notável em Portugal, manifesta-se mesmo no carácter dos portugueses. E todo o país está saturado pela música quente de Cabo Verde e Angola, que parece a música do nosso trópico.»
«Desde a praça do Rossio até ao canto mais remoto e esquecido da província, não há um centímetro de parede, nem um sinal de trânsito, nem o pedestal de uma estátua que não tenha sido pintado com uma mensagem política. Os comunistas pedem unidade sindical. Os socialistas dizem que socialismo sim, mas com liberdades. A extrema-esquerda protesta contra o imperialismo capitalista, os liberais dizem que o voto é a arma do povo e os anarquistas contestam,que a arma é que é o voto do povo. À noite, a reacção lança granadas contra as lojas, envenenando o mundo inteiro com o rumor infame que o Portugal formoso e tranquilo das canções morreu.»
«O erotismo invadiu os cinemas e os quiosques de jornais, fazendo que milhares de espanhóis atravessem ao fim de semana a fronteira para poderem ver o filme mais proibido em Madrid, O Último Tango em Paris. Lisboa tornou-se uma cidade movimentada, com acidentes de viação espetaculares, não só porque os portugueses conduzem de uma maneira intrépida, mas também porque estão genuinamente contentes - e por isso deixaram de respeitar os semáforos.»
«Toda a gente fala e ninguém dorme, às quatro da manhã de uma quinta-feira qualquer não havia um único táxi desocupado. A maioria das pessoas trabalha sem horários e sem pausas, apesar de os portugueses terem os salários mais baixos da Europa. Marcam-se reuniões para altas horas da noite, os escritórios ficam de luzes acesas até de madrugada. Se alguma coisa vai dar cabo desta revolução é a conta da luz.»
Gabriel García Márquez  (Alternativa, n.º 40, n.º 41, n.º 42, 30 de Junho, 7 de Julho e 14 de Julho de 1975, «Portugal, território livre da Europa», «O socialismo ao alcance dos militares», «Pero que carajo piensa el pueblo?»)

«Os portugueses são muito parecidos com os latino-americanos. Os espanhóis são mais severos, mais hirtos. Mais senhores solenes. Anos de tempestades.» Gabriel García Márquez em diálogo com José Gomes Ferreira (Junho de 1975)

 

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