domingo, 10 de fevereiro de 2013

AUSTERIDADE BÁSICA E CEGA (ABC) II - CAECUS AND RATIO FUNDAMENTALIS AUSTERITAS II - BLIND AND BASIC AUSTERITY II


Cubos ABC (http://cienciasnoquotidiano.blogspot.pt/2007_12_01_archive.html)

O cúbico António Borges Consultor
Apoia a manipular a dor
Sem uma ponta de temor
Arrogante vai ao sabor
Das europeias oscilações de humor
Deste troikista Inverno
Recebe 300 mil euros / ano do Governo
Do confisco permanente, eterno
Diz-nos poucas verdades
Misturadas com muitas falsidades
Não nos traz novidades
Sempre com as suas leviandades
Da realidade empresarial profundo ignorante
Fala dos empresários muito arrogante
Que tiveram que suportar a sua sobrevalorização
Do escudo para o euro que empolada conversão
(Des)incentivadora da (ex)importação
Falava de natural selecção
Às empresas «fracas» para o iluminado restava a destruição
Agora têm que suportar a brutal desvalorização
Do Mercado Interno que prejudica a exportação
E da importação a necessária substituição
Que o ABC apoiou até à exaustão

Deu uma entrevista recente ao Diário de Notícias - «Dinheiro Vivo» (www.dinheirovivo.pt), publicada em 9-2-2013:


«(...) Desde o princípio que o mandato foi bem definido e tem quatro dimensões: o financiamento da economia e o sector financeiro; as privatizações; as PPP e a quarta é a reestruturação do sector empresarial do Estado. Dentro deste vasto segmento de responsabilidades, o meu cliente, o governo, pede uma opinião nisto, nisto e nisto e, por acaso, não pede naquilo.
(...) Eu tenho a enorme sorte de poder dar o meu apoio como consultor, mas não tenho qualquer ambição. Seria totalmente desajustado que agora tivesse ambições de decisor político. Já tive, não consegui, agora não tenho.
(...) um consultor não decide; propõe, apresenta argumentos, tenta responder a perguntas e, depois, são eles os responsáveis e eles é que têm legitimidade para o ser.
Tenho reuniões relativamente frequentes com o primeiro-ministro... uma vez por mês, habitualmente, de troca de impressões sobre o que se está a passar nas áreas da minha responsabilidade. Tenho reuniões muito regulares com outros ministros e secretários de Estado mais ligados aos sectores de que falei (...).
(...) reforçar as instituições e reforçar os reguladores. Há áreas em que os governos têm poder de mais, poder arbitrário, decidem como querem. Às vezes não são os governos, são as direções-gerais ou são os funcionários - e não pode ser. Um país moderno não é assim. É preciso ter reguladores independentes, competentes, fortes e com experiência. Isso faz-se ao longo do tempo, vai-se fazendo e estamos a dar passos nesse sentido. Eu acho que, se há área onde tem havido progresso nestes últimos tempos, é no reforço das entidades reguladoras, quer em termos de competência quer em termos de prestígio.
(...) A Caixa levanta um problema muito sério hoje em dia. Nós oscilamos entre governos que dão instruções à Caixa Geral de Depósitos todos os dias e dizem: "Faz favor de dar um empréstimo àquele funcionário do partido, que eu quero que você lhe dê um empréstimo." Há outros governos que dizem: "Eu não intervenho em nada, não quero intervir em nada." E, portanto, a Caixa fica sem ter de dar contas a ninguém...
(...) O governo é o dono da Caixa, a Caixa não pode dizer: "Tenho 300 milhões de euros envolvidos numa participação e agora vou decidir, por minha livre iniciativa, se os vendo ou não." Aí, de facto, o acionista tem uma palavra... [E assim se perdeu a CIMPOR e a sua excelente estratégia de internacionalização, mas o Grupo José de Mello foi apoiado na BRISA]
(...) Há uma grande vantagem em Portugal: as pessoas têm confiança no sistema financeiro. Ao contrário de outros países, os depósitos aumentaram, as pessoas trouxeram dinheiro do estrangeiro para Portugal, o que é notável. Não há dúvida de que temos um sistema seguro de depósitos que dá às pessoas tranquilidade. Isto tem de se manter. [Não era preciso o Estado assumir milhares de milhões da SLN/BPN, pois não?]
(...) Não vou falar nas palavras infelizes do dr. Fernando Ulrich. Nós estamos num processo de ajustamento difícil, que tem custos pesados e que, infelizmente, não se distribuem de forma uniforme, mas que não são evitáveis. Isso é talvez uma das coisas mais importantes do que se está a passar em Portugal: é toda a gente ficar com a consciência de que, quando se cometem erros muito graves, se paga um preço muito alto e esse preço não há maneira de o evitar. A única coisa que o governo pode fazer é tentar minimizá-lo e é para isso que existe o Estado social; é por isso que ele está completamente, no meu entender, acima de qualquer questão. Vamos utilizar toda a panóplia do Estado social para que o custo do processo de ajustamento seja minimizado e distribuído o melhor possível. Agora, não se pode dizer, depois dos erros catastróficos que se andaram a fazer, que o desemprego devia continuar em 4% ou 5%, como estava no ano 2000. Eu julgo que a taxa natural de desemprego em Portugal deve ser muito baixa. Quando voltarmos a uma normalidade, estou convencido de que voltaremos a esses valores. [O esforço não é «uniforme» pois não, não é de acordo com as respectivas responsabilidades] 
(...) Hoje toda a gente quer comprar a dívida pública portuguesa. A trajetória da dívida pública portuguesa está a estabilizar, não há qualquer dúvida sobre a sua sustentabilidade, senão não havia interesse em comprá-la como há. A forma como vamos resolver o problema é através da aceleração rápida do crescimento económico. Dívidas de 120% já existiram muitas vezes em muitos países do mundo. [Notável optimismo depois da Alemanha ter finalmente assumido a Grécia e o BCE ter dado cobertura e confiança para evitar um fogo maior em Espanha e em Itália, foi «apenas isso», não há mérito e se houverem problemas graves em Espanha, vamos ver ...]
(...) A grande questão que está em cima da mesa é, ultrapassada esta crise, como é que vamos pôr o país a crescer a um ritmo à medida das nossas ambições. (...) em 1983-1985, quando o FMI cá esteve e fomos obrigados a seguir um programa de ajustamento que tem muitas coisas parecidas com este, a seguir tivemos 15 anos de crescimento super-rápido, muito acima da média europeia, de grande convergência. Foi pena termos desaproveitado. Podíamos ter feito grandes reformas nessa altura. A crise é sempre um momento de grande limpeza, em que há muita ineficiência que desaparece, isso já é absolutamente visível na economia portuguesa. Estamos a criar espaço para um grande conjunto de outras empresas inovadoras, criativas, exportadoras, competitivas, que já começam a aparecer por todo o lado e que, se tudo correr bem, vão pôr o país a crescer a um ritmo completamente diferente. «O crescimento após a limpeza financeira até 1985, teve por base um ponto de partida e uma dinâmica muito específica, com a integração formal na CEE em 1986, com a externalização para Portugal de produção do Centro Europeu, com a injecção massiva de subsídios, como diz foram desaproveitados ventos favoráveis para criar bases sãs, através de reformas, nomeadamente na era do cavaquistão em que se deixou andar a tributação e se estruturou despesa pública futura insustentável, por via do estatista Aníbal, contra a opinião dos seus Ministros das Finanças Miguel Cadilhe e Miguel Beleza], especialista em Finanças Públicas esse, que já tinha contribuído para o desastre AD, que levou à intervenção do FMI.] 
A austeridade é viver dentro dos nossos meios. Temos uma certa capacidade de gerar rendimento, mantemo-nos dentro dessa capacidade, não nos endividamos, não vivemos do crédito. (...) Isso já conseguimos. O país tem as suas contas equilibradas, já produzimos aquilo que consumimos. Isto foi um esforço extraordinário (...), em particular das famílias, que tiveram um aumento notável da taxa de poupança, muito para além do que se previa. (...) já não precisamos de estar a apertar o cinto dramaticamente. Temos ainda um problema de finanças públicas a resolver e o compromisso com a Europa de reduzir o défice público. Todo o espaço que se criar por melhor gestão das finanças públicas abre espaço ao investimento e ao consumo. (...) O que nós já fizemos é aquilo que custa mais (...) um regresso ao realismo da parte da generalidade da população portuguesa; as pessoas caíram em si e perceberam que não podiam continuar a viver daquela maneira. Agora, o mais difícil está por fazer: além de pôr o país nos carris, o que no meu entender já é o caso, como passamos a ter um crescimento rápido, como voltamos aos 4% de desemprego?
Com um conjunto de reformas de fundo, que são muito mais difíceis de fazer porque essas são mais exigentes, são complexas e sobretudo têm um problema dramático que é a resistência brutal dos interesses estabelecidos. Somos um país muito dominado por interesses fortíssimos. Todos aqueles que foram beneficiados pelas políticas económicas dos últimos anos: são corporações, são empresas, são profissões, sindicatos.
Não vou nomear a empresa A, B ou C, como deve calcular (...) que prosperaram graças a políticas orientadas para o mercado interno, protegendo-as da concorrência estrangeira, dando-lhes situações de privilégio. Sindicatos que não têm condições acessíveis à generalidade dos trabalhadores portugueses. Corporações profissionais que têm estatutos que lhes permitem rendibilidades altíssimas por razões de privilégio. [Estamos de acordo sobre os interesses estabelecidos, que minam a Nação há muitos séculos, mas o Governo tem sido fraco com os fortes porquê? Não sabe? Porque é que não se lançou imediatamente nas reformas de fundo em relação ao Estado e à Sociedade Política? Porque é que não tinha e não tem a necessária Estratégia Económica? Porque é que fragilizou e vai ainda fragilizar mais a Economia e é tão subserviente em relação a ideias aculturadas sobre Diagnóstico-Prognóstico e Terapêutica?] 
Somos um país em que há interesses extraordinariamente fortes que se mobilizam muito bem para bloquear a mudança e que tornam este país muitíssimo conservador. E é isso que pode ser o obstáculo ao progresso. [O problema é que provavelmente só identifica alguma «forças de bloqueio» que procuram travar o fundamentalismo liberal para Portugal e não todas, como deveria]
(...) Portugal tem uma capacidade de ajustamento rapidíssima, somos uma economia superflexível. Se os incentivos forem postos no lugar certo, as pessoas respondem imediatamente e já está a acontecer. Toda esta viragem da economia para o sector exportador, para a competição externa, já é visível por todo o lado.   [Não existe qualquer mérito do Governo, o mérito é todo das Empresas, dos Empresários e dos seus colaboradores e sem muitos dos investimentos que realizaram com muitos riscos, não seriam hoje tão competitivos; é notável também o esforço das empresas que estavam completamente dependentes do Mercado Interno, que foi excessivamente condicionado e que prejudica muitas das empresas exportadoras que dele também dependem!]
(...) eu não sou especialista de previsão à décima ou à centésima. O Banco de Portugal tem as suas razões para ser mais conservador. Pode haver uma crise internacional que nos dificulte as coisas ainda mais... Não é esse o ponto. Estou convencido de que há condições para que o país este ano já esteja a crescer e que 2014 seja um ano de crescimento forte. [A questão não é de uma décima, é de uma ou duas unidades, entre o irrealista -1% de previsão para a variação real do PIB em 2013 do Governo e da Troika e os -2% ou -3% que poderão acontecer com o assalto fiscal decidido pelo Governo! O Banco de Portugal começou muito mal, relativamente próximo do Governo e agora aproximou-se mais das maiores probabilidades (-1,9%), mas com a estranhissima menor variação negativa da Procura Interna, aparentemente a acomodar melhor a menor variação positiva da Procura Externa, sem a qual a sua previsão iria para valores claramente superiores a -2%!]
Forte, de aceleração para uma tendência que pode ser 3%, 4%, 5% a prazo.
(...) eu sou muito, muito mais confiante (...). E não é uma questão de confiança cega nas capacidades dos portugueses, é porque já o fizemos. Em 1983-1985, tivemos um programa duro de ajustamento e depois tivemos crescimento rapidíssimo. Porque é que não somos capazes de fazer o mesmo? O país hoje é muito melhor do que era em 1985.» [É extraordinária a leviandade de ABC que designou como ignorantes empresários que sustentam a criação de valor em Portugal, contra ventos e marés e muitas cargas de Governos incompetentes e fomentadores de despesa que não cria valor, o crescimento após 1985, como referimos anteriormente tinha condições de base e dinâmica totalmente diferentes, os actuais desafios são muito mais difíceis apesar de estarmos mais fortes, graças às Empresas não financeiras, mas o que se fez e está fazer ao Mercado Interno é o mesmo que se faz a um balão que se enche de mais até quase rebentar e depois se fura, para esvaziar depressa. Na nossa opinião é preciso continuar a desenvolver de uma forma sustentada Portugal e não crescer num «stop and go» não sustentado, gerador outra vez de fortes importações e desperdícios. Para crescer era preciso que o Governo tivesse tido mais sensibilidade e que os mercados externos permitissem a melhoria das quotas portuguesas nas importações mundiais, prejudicadas pelas próprias condicionantes excessivas ao Mercado Interno, como referimos.] 
«Está em cima da mesa um corte de 4 mil milhões no Estado social. Quais as áreas em causa?»
«É isso justamente o que eu chamava as questões verdadeiramente difíceis. Em primeiro lugar, deixe-me dizer que isso é um corte verdadeiramente marginal. Nós já fizemos cortes muito maiores nestes dois últimos anos. Portanto, já estamos na ponta final. A questão dos 4 mil milhões é, para mim, uma questão acessória. A questão de fundo é saber se vamos fazer reformas, porque os grandes cortes que se fizeram até agora, que foram cortes brutais na despesa pública, foram relativamente horizontais, sem muita seletividade. Agora, o que é preciso é reformar o sistema e há muitas opções. O relatório do FMI apresenta opções que dão para cortar 15 mil milhões e muita panóplia para escolha. Eu acho que a escolha é muito simples: é ir à Europa, aos nossos parceiros europeus, ver o que há de melhor e adaptar ao caso português. Não estamos a falar em modelos radicais, diferentes, dramáticos. Não. Há muita coisa bem feita na Europa, só temos de adaptar a Portugal. [Os cortes que fizeram são extraordinários e são relativos a investimentos públicos, marginal? Que leviandade! Deveriam ter começado por cortar em despesas que não criam valor, porque não o fizeram? Porque só agora, depois dos buracos manifestos das vossas opções que geraram círculos viciosos evitáveis, com cargas fiscais excessivas é que vêem falar em despesa pública, ainda por cima só concentrada no «Estado Social»? E a Sociedade Política? E as Autarquias e as Regiões Insulares, e as suas empresas despesistas em ano de eleições? As PPR, não receberam da sua parte uma palavra e não têm tido nenhum resultado favorável. Que vergonha!] 
Na Suécia, que tem um Estado social muito mais generoso do que o nosso e mais caro, as pessoas também estão dispostas a pagar mais impostos por isso. Mas não há abuso, não é só o nível de exigência no Estado social, é também o nível de exigência nas empresas. Não há uma empresa a que seja permitido sobreviver se não for rentável, produtiva, eficaz. É este equilíbrio que torna as coisas possíveis. Nós querermos ter em Portugal um Estado que gasta com tudo e com todos, sem grande critério, de uma forma às vezes injusta e, ao mesmo tempo, permitir esbanjar biliões de euros em capital mal gasto, despendido de forma não produtiva. [Cuidado com as Pessoas de rendimentos intermédios, se as apertam mais no Estado Social a conjugar com a forte tributação injustíssima e desonesta, dão cabo de vez do Mercado Interno e das Famílias que o poderão sustentar]
Nestes últimos dez anos, tivemos as taxas de investimento mais altas da Europa, com o crescimento praticamente zero.
(...) não é investimento, é esbanjar dinheiro, é queimar dinheiro. Aquilo que consiste em gastar dinheiro em coisas não produtivas é uma grande carga para as gerações futura. Temos de o pagar e não temos maneira de o pagar. Isso não é investimento. O investimento brutal que foi feito em infraestruturas em Portugal não tem a mais pequena justificação económica; o investimento que foi feito por muitas empresas no sector privado, debaixo de situações de proteção e de ausência de concorrência estrangeira, não é compatível com a Europa.» [Concordamos de novo, mas existiu também investimento correcto que criou valor e que não mencionou]


Outro tormento
É o Vítor Bento
Insiste no mesmo intento
Num sentido lamento

Sempre a defender
A maravilhosa medida a não perder
O aumento/diminuição da Taxa Social Única
Para o crescimento económico ter uma túnica

E as Pessoas de rendimentos intermédios
Terem mais uma doença sem remédios
O valor dos empregados é para diminuir
Porque na SIBS encantada não vai sentir

«A Constituição é para cumprir»
Não vá a sua pensão se ressentir
As suplementares medidas não importam
Porque são sempre as mesmas Pessoas que suportam
Mas não aguentam

É esta a equidade
Concentrar a solidariedade
Em relação às vítimas do Banco Português de Negócios
Investidores, especuladores, colaboradores, devedores e accionistas/sócios

A única ideia sobre a competitividade
De Vítor Bento, António Borges, Passos Coelho e demais irmandade
Era apenas e unicamente a referida taxa de «solidariedade» 
E na sua impossibilidade o Governo lançou a sobretaxa, que barbaridade 
E mais o jogo dos impostos em escalões
Para roubar mais uns milhões
A tapar buracos que criou
Sobre os buracos que herdou
E à competitividade não mais voltou



Para 

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