sábado, 20 de outubro de 2012

NÃO PRIMEIRO MINISTRO IV - NON PRIMUS MINISTER IV - NO PRIME MINISTER IV

A História regista mais esta triste actuação do Primeiro Ministro de Portugal:

«Não, confesso, não, não pedi explicações ao Presidente Francês e não o vou fazer numa conferência de imprensa. Ninguém discute que não haja um impacto negativo sobre o crescimento quando medidas de austeridade têm de ser tomadas. É uma verdade de La Palisse afirmar que a austeridade tem custos ao nível do crescimento e do empregoToda a gente sabe que os países que estão sob assistência financeira não têm a mesma liberdade que os outros para poder fazer funcionar os seus estabilizadores automáticos e poder aliviar a preocupação quanto à execução das medidas acordadas com a troika. (...) creio que o próprio FMI, através do senhor Abebe Selassie, ontem deixou isso bastante claro (...) os países que estão sob assistência financeira e sob programa ou que estejam sob pressão dos mercados não devem aligeirar os seus esforços no sentido de obterem resultados seguros em matéria de consolidação das suas contas públicas.»em Portugal não estamos a funcionar com multiplicadores abstractos, estamos com um programa concreto e monitorização a cada três meses.»

O Senhor não referiu que o FMI concordou com a flexibilização das metas orçamentais, precisamente porque o desemprego disparou e as receitas fiscais baixaram, o que era consistente com a subavaliação dos multiplicadores fiscais. Mas os senhores tiveram um buraco ainda maior, porque atacaram essencialmente a despesa em 2012 pelo corte de subsídios aos funcionários públicos e aos pensionistas, depois do surpreendente imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal de 2011 de todas as Pessoas. Além disso nunca tiveram uma estratégia para apoiar a competitividade das empresas e da Economia. Com essa facilitação adiaram os problemas e quando a mesma foi considerada inconstitucional, ficaram reféns dos vossos erros de não realização da profunda Reforma do Estado, que tentam atirar agora sobre toda a Nação! 

A «verité de La Palisse» nasceu de uma deturpação histórica e é de muito baixo nível referir-se dessa forma aos alertas do Presidente Francês e às comunicações dos Primeiro-Ministros Espanhol e Grego sobre os efeitos nefastos de excessos de austeridade, que criam círculos viciosos. O Senhor tem noção que apelidavam de «PIIGS» aos Países que ficaram sobre pressão dos mercados, com a total irresponsabilidade do Governo Alemão na forma como tratou do assunto, não é verdade? Mas em 2010, a Grécia e Portugal estavam a pagar Submarinos a um Consórcio Alemão, envolvido em processos judiciais na Alemanha ligados a actos de corrupção na sua adjudicação. O Senhor tem a noção da forma como actuavam os Laboratórios Farmacêuticos, nomeadamente Alemães, para empolar o consumo de fármacos em Portugal? Em relação aos carros Alemães não foi preciso grande esforço, o Estado devorou-os e ainda agora os devora nas suas frotas sumptuosas de automóveis. O líder do CDS adjudicou os submarinos, quando era Ministro da Defesa no Governo do actual Presidente da Comissão Europeia. 

O senhor e o seu Governo representam um equívoco histórico de subserviência aos fortes, ao Governo Alemão, aos Oligopolistas, etc.: com as mesmas condicionantes, era possível ter optado por caminhos diferentes, mas não tiveram capacidade para tal ... senhor Primeiro Ministro, todas as Pessoas o sabem, até os que beneficiam dessas situações melhor que ninguém, que existe muito desperdício no Estado, que o Estado serve muitos interesses desfasados dos interesses da Nação. Tenha vergonha!!!! 


Entretanto o líder do PS foi a Berlim reunir-se com os líderes do SPD, nomeadamente com Peer Steinbrück, que afirmou:
«(...) uma política exclusivamente de austeridade, sem medidas de crescimento, é errada (...) uma dose excessiva de austeridade pode ser mortal».
António José Seguro salientou:
«Saio desta reunião muito satisfeito por verificar que há quem, na Alemanha, tenha uma visão diferente daquela que tem a senhora Merkel (...) o primeiro-ministro português tem de ter uma voz mais activa na Europa».(...) «Queremos honrar os nossos compromissos e reduzir a dívida pública, mas Portugal precisa de mais tempo para consolidar as contas públicas e de taxas de juro mais baixas do que as praticadas actualmente, em simultâneo com políticas que incentivem o crescimento económico, sob pena de o país continuar a empobrecer, a aumentar a dívida e a agravar o desemprego para níveis assustadores.»
http://www.ps.pt/noticias/noticias/seguro-e-peer-steinbrueck-juntos-contra-receita-de-austeridade-a-qualquer-preco.html 

Maria João Rodrigues, Conselheira da Comissão Europeia, declarou: 
«Uma boa parte das elites europeias, para não falar da opinião pública em geral, desconhecem que este programa está já a atingir a capacidade de sobrevivência normal duma parte da população portuguesa e está e a destruir a capacidade que o país, entretanto, tinha construído, capacidade que estava em linha com a estratégia europeia de crescimento e que agora está a regredir. (...).»
Referindo-se a Christine Lagarde e ao que referiu em relação à austeridade:
Houve pressões, nomeadamente do lado do Governo Alemão, e que a levaram a reduzir digamos, o alcance das suas afirmações, mas o argumento técnico continua lá disponível para ser utilizado por Portugal na discussão com os seus parceiros europeus (...) O Governo Francês aliado ao Governo Italiano e mesmo ao Espanhol e ao Irlandês pressionando o Governo Alemão a aceitar soluções mais equilibradas e aceitáveis. 
 (TSF 25-10-2012, jornalista Teresa Dias Mendes http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=2847036&tag=Governo)
É INTOLERÁVEL E A HISTÓRIA JÁ REGISTOU, A SUBMISSÃO VERGONHOSA DO GOVERNO DE PORTUGAL EM RELAÇÃO AO GOVERNO ALEMÃO: OBVIAMENTE QUE NÃO FOI PARA ISTO QUE OS ELEITORES VOTARAM NOS DOIS PARTIDOS DA COLIGAÇÃO, NESTAS MERKELIETTES, MUITO BEM ILUSTRADAS NESTE MURAL EM LISBOA!



Itália: Raízes do Partido Democratico de autoria de Stefano Poggi (Wikipedia) - domínio público, com excepção do símbolo do Partido que é uma marca registada (UIBM - Ufficio Italiano Brevetti e Marchi registrazione numero RM2007C006873)

Piero Fassino, Presidente da Câmara de Turim (Torino), líder histórico do Partido Democrático, que tem as suas origens no Partido Comunista Italiano, passou por Lisboa e em entrevista ao Semanário «Expresso» (20-10-2012) afirma sobre a Europa:
«tão pouco simpática para os cidadãos, que só vêem nela austeridade, impostos, obrigações. É preciso dar uma imagem que dê esperança». «A Europa já cometeu erros terríveis na Grécia, não os pode repetire em Espanha. Se esta rebentasse, todos os países europeus estariam em risco». 
«O Governo de Monti nasceu na sequência do fracasso e dos erros de Berlusconi, é uma fase de grande emergência e, quando isso acontece, há que tomar medidas de emergência (...) recuperar a credibilidade internacional de Itália e aplicar uma estratégia de rigor e austeridade, capaz de reduzir a dívida e as despesas públicas e criar condições para relançar o investimento e o crescimento.»


Manifestação em Malta, Valletta (5-10-2012 - Reuters)


A Deputada Italiana no Parlamento Italiano Licia Ronzulli dá o seu voto Democrático em sintonia com a sua Filha, que a acompanha desde bébé nos trabalhos parlamentares ... Que o Parlamento Europeu seja cada vez mais a expressão democrática de todas as Nações Europeias Unidas nas suas Identidades, que fazem da Europa um Espaço Único em termos histórico-culturais de profundo respeito pelo Outro, pela Pessoa Humana!   

O «The Economist» http://www.economist.com/news/europe/21564902-yet-another-austerity-budget-raises-concerns-about-future-growth publicou em 20-10-2012 o seguinte artigo:

«Austerity in Portugal

More pain, less gain

Yet another austerity budget raises concerns about future growth

«IN HAPPIER days before the euro crisis, one government in Lisbon rebranded the Algarve as the Allgarve, hoping to appeal to English-speaking tourists. Now a Portuguese wit suggests rebranding the whole country as Poortugal.
Amid furious protests and thundering editorials, such mordant humour was a restrained response to the draft 2013 budget that Vítor Gaspar, the finance minister, presented on October 15th. To meet the targets agreed to by the “troika” of the European Union, European Central Bank and IMF, he wants “enormous” tax increases, including the raising of average income-tax rates by as much as a third.
Seldom have protesters, economists and politicians been so united in describing the plans: “brutal”, “a crime against the middle class”, a “fiscal atomic bomb”. Few agree with Mr Gaspar’s claim that “this is the only possible budget” and that to question it is to risk being subjected to a “dictatorship of debt” with Portugal condemned to depend on its official creditors indefinitely.
Yet most voters would agree with Mr Gaspar that to default on the country’s debt, as the radical left advocates, would be “catastrophic”. Even so, recent protests have been swelled by tens of thousands of mainstream voters who believe that squeezing working families is not just unnecessarily painful but is also choking off growth.
The critics have latched on to the latest outlook from the IMF in which the fund argues that, in today’s economic climate, fiscal consolidation is having a bigger negative impact on growth than usual. The opposition Socialists believe this perfectly describes Portugal’s predicament. They want more time to meet budget targets, on top of an extra year granted last month. More worrying for Pedro Passos Coelho, the prime minister, is that the IMF line is echoed by President Aníbal Cavaco Silva, also from the centre-right, who has written that it is wrong to pursue deficit goals “at any cost”.
Another concern is the rift in the coalition over the budget. 
The conservative People’s Party, junior partner to Mr Passos Coelho’s Social Democrats, wants more public-spending cuts (new revenues account for 80% of the 2013 fiscal adjustment). The two parties must vote together to get the budget through parliament. But Mr Gaspar insists there is “no room for manoeuvre”.
Some say that his intransigence is more for form than for fiscal doctrine. Unlike Greece, Portugal has gained much kudos in Brussels and Berlin for being a model pupil for the euro zone. That could help it if and when the Spanish government requests a bail-out—and starts to argue with the troika about whether ever more fiscal austerity is really sensible.»

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