domingo, 5 de agosto de 2012

ELITE - ELECTISSIMUS - ELITE / NOMENCLATURA


 Representadas por uma gravura de Picasso


Elite vem do significante em Latim ELIGERE, escolher, eleger (to choose, elect). NOMENCLATURA significa uma lista de nomes de pessoas influentes no Império Romano, cuja saudação pública pelo nome era condição necessária para obtenção de um favor. 


Quando chegou à Índia o Gama
Já estava despoletada a trama
Que iria originar o Nosso drama ...

De elites de cultura positiva
Com líderes catalisadores de almas
Passámos à cultura negativa
Que já não merece as palmas

As elites não escolhidas
Passam a ser tão destrutivas
Que as almas lusas criativas
Passam a estar tão perdidas 

Perde-se a ligação ao Criador
Que é invocado para o terror
Como se fosse possível o Amor
Ser compatível com tanta dor

«Amai o inimigo!» disse o Salvador 
«Dai a outra face» disse o Orientador
As Pessoas Luso-Latinas assim o fizeram
Por isso ainda hoje são o que eram

Das mais sensatas que o Sol não desconhece
Das mais românticas que a Lua tão bem conhece
Pessoas muito boas e prazenteiras
Dão calor e afecto às mãos cheias

Não podemos ouvir os mesmos dizeres
Sobre as elites eleitas ou não eleitas
Cuja individualista essência dos seus seres
Na busca de matéria áurea são quase perfeitas

Optimizam o seu esforço nessa demanda 
Como se a preguiça fosse um panda
Não vão os caminhos mais difíceis, mas úteis à Nação
Causar-lhes mais dificuldades na sua hipócrita representação 

_ Porque não o Graal?
_ É imaterial?
_ Sim, como Portugal!
_ Não nos interessa tal!
_ E a Nação que está mal?
_ Conhece o vírus, não?
_ Não ...
_ E o escorpião?
_ Sim, mas e então?
_ Acha que um parasita por causa do parasitado?
_ Mas Portugal tão mal amado
   Não prejudica a vossa mesquinha demanda se ficar tramado?
   Se ficar demasiado assado?
_ Acha que são achas para a fogueira?
_ Sim uma trama com tanta asneira!
_ Conhece verdadeiramente o animal sem coração? 
_ Qual?
_ O escorpião ...
_ E então?
_ A si próprio faz mal ...
_ Pelo fogo cercado
   Por vós próprios ateado?
_ Como uma maldição ...
_ Do nibelungo ladrão?  
_ «Com sem anos de perdão» ...
_ Sem ou cem?
_ Não sei bem ...
_ Vírus e escorpião, que união!
_ Como a ibérica ...
_ Tão frenética
_ Tão feérica
_ Naquele tempo foi fatal 
_ Não só para Portugal ...
_ Mas com tanta lucidez ...
_ E tanta acidez ...
_ Não será possível mudar o Nosso fatum fado?!
_ Com novas gerações
_ Com novas culturas!
_ Com novas ilusões
_ Com novos-velhos «portugas»!

Curiosas estas dialécticas
Com as suas teses e antíteses
Acabam e começam nas suas sínteses
Cheias de rimas poéticas

Que bom que era  no porvir
Que as elites se voltassem a unir
À sua Luso-Latina Nação no devir
Como antes de Portugal se partir 

Que a Nação tenha cada vez mais uma cultura
Que a torne cada menos dependente da nomenclatura 
Com toda a sua carga hipócrita e contra-natura
Cheia de imensa tributação e usura

Com a sua subserviência à desorientada barbárie
Caminha para os seus buracos de cárie
E torna ainda mais profunda a dor
Cavada continuamente com ardor
Comum desde a antiga cidade de Palas
Até à mais recente de Las Palmas

E quando da Roma eterna
Passar por Lucerna, sem lanterna
E chegada à cidade da luz, logo partir para Berlim?
Mas qual é o fim? 

A quem serviu, a quem serve e a quem servirá? 
Por estes caminhos para onde irá?
Europa maltratada?
Permanentemente adiada? 

A águia franca de Napoleão?
A poente foi expulsa pelo leão
Velho aliado da Lusa Nação

A nascente se perdeu na branca imensidão
Tal como a águia de grande ambição
Que após imensa destruição
No mesmo oriente se desorientou
E nada a poupou ...
Mas com grande mérito voltou
A Europa livre a apoiou
A livre Europa sustentou
Portugal muito reconhecido
Jamais terá esquecido
É na Europa fortalecida que a ave Alemã
Poderá ter a sua realização sã
O velho dragão da China atenta
Muito, mas muito a tenta
Mas não é aí que se sustenta

Europa mais federal?
Com a moeda tal e qual?
Quem decide tal?
Há que aos interesses da Europa ceder
Para os louros da Vitória em União obter 
«Um por todos, todos por um»!
Deixar cair um a um 
Não leva a lugar nenhum ...



Acordem elites ignorantes
Vejam por onde levam penetrantes
Os vossos caminhos egocêntricos insinuantes
Os vossos passos hesitantes
E extremamente periclitantes
Que têm lançado a tão bela Europa 
Em males maiores que os de uma hostil OPA
Nas mãos das parcas sortes
Com as suas tramas e cortes


«Les Parques», as «Parcas» (Parcae, Fates) representadas por Alfred-Pierre Agache (1885).























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