Escultura de autor não conhecido (1957)
Largo da Graça LISBOA
(foto de José Reis Machado)
A mui formosa Dea acordou
A Saudade com muita alegria Flora saudou
E o adormecido Inverno sem fim passou
A gentil Esperança de novo re-voltou
Sonho de mudança no futuro se realizou
No passado poema eterno se manifestou:
«Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança:
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve) as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía.»
Luís Vaz de Camões
«Våren» (1907) - Carl Larsson
VER - Latina
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