REINO DE PORTUGAL (I: 1096-1128-1139-1385)
Tudo começa na relação
Da Borgonha com Leão
De Henrique com Teresa
Nasce uma boa surpresa
Afonso, grande líder sem treino
Funda o Luso Latino Reino
E começa a desenhar
Um rectângulo junto ao mar
Mar a Ocidente
Para bem ver o Poente
A Galiza a Norte
Para dar sorte
Leão a Nascente
Fica-o a ver a Poente
E a Sul, a Sul que desejo
Passar Além Tejo!
Liga-se a Saboia dos pinheiros
A Mahaut de significados guerreiros
Se transformou em Mafalda
Elegante com a sua falda
Não foi a Henrique que coube a sorte
Porque Afonso quase transcendeu a morte
Foi o mais novo Martinho que lhe sucedeu
Porque a Urraca esse azar não se deu
Mas é sorte ou azar?
Porque é que há tanta vontade de poder?
Como a que tinha mais tarde Salazar
Para Portugal sub desenvolver
Martinho mudou para Sancho então
E frente a Castela e Leão
Fez-se ligação ao deles inimigo Aragão
Com Dulce Berenguer em comunhão
Depois do (funda a dor) fundador
Reinou o (povoa a dor) povoador
Com a sua liderança novas vitórias
Mas também se perdeu Torres Novas
Afonso II, seu filho, lhe sucedeu
A três irmãs o testamento combateu
No seu poder centralizador
Foi um (consolida a dor) consolidador
Ligou-se a Castela
Desse Reino veio ela
Urraca a sua rainha
Assim menos inimigos tinha
Já lhe bastava o poder clerical
Que tão pesado era para Portugal
A sua determinação pela Nação
Valeu-lhe uma excomunhão
Na fragilidade de transmissão de poder
Que a monarquia se caracterizou ter
Vitimado muito novo pela doença
Ficou seu filho demasiado novo com a herança
Para Sancho II qual era a esperança?
Da crise que se instalara no Reino?
Do seu irmão mais novo que estava em França?
Da sua falta de treino?
De em 1230 se dar a usurpação
Por Castela em relação a Leão?
De em relação às suas tias refazer
Os feudos que o seu pai quis desfazer?
Das conquistas serem feitas pelas Ordens?
Dos conflitos com o clero e o papado
O tornarem excomungado?
Dos apoios castelhanos e das desordens?
A sua mulher biscainha e leonesa
Acabará por ser raptada e presa
E seu irmão apoiado pelo papa
Virá de Bolonha desenhar o mapa
Será ele que em 1249 criará as fronteiras
Das mais antigas e estáveis da Europa
Afonso III pode ter como rei as peneiras
De ter conquistado aos mouros o Algarve com a sua tropa
Mas Castela não queria ceder
No seu omnipresente amanhecer
Até a guerra acabar no Tratado de Badajoz
Que delimitou a fronteira do Guadiana até à sua foz
Por cima da rainha Matilde de Bolonha
Se forçou politicamente outro casamento
Pela paz e apesar do seu lamento
Com Beatriz de Castela, com vergonha ...
Mas a curto prazo, curiosamente
As núpcias acabarão indirectamente
Pelo território de Portugal fazer aumentar
Pelo seu pai depois de apoiado reconhecido lhe doar
Niebla, Mourão, Moura, Serpa e Noudar
Voltaram os conflitos com o tenebroso clero
Com o seu poder tão pouco cristão e severo
De nova pressão para mais tarde perdoar
Sobre o Reino por via da interdição
Sobre o Rei por via da excomunhão
Que ao devolver bens e jurar obediência
Beneficiou perto do ocaso de sinistra clemência
E a médio e longo prazo da rainha Beatriz
Vai nascer o sublime infante Dinis
Muito culto, futuro Rei Poeta
Plantador do grande pinhal, qual profeta
Agarrou extensas e imensas areias
E antecipou companhia para as sereias
De futuras naus de madeira da terra
No acordo marítimo com Inglaterra
Com mestria contornou
A tirania, a ignorância e o fanatismo
E a Ordem dos Templários em de Cristo transformou
Que os Descobrimentos simbolizou liberta do anti heresismo
Lavrador e trovador
Cantou a Amizade e o Amor
Por Isabel de Aragão, tão boa infanta
A sua rainha considerada santa
A sua bondade para com as pessoas
Acabou por transformar pães em rosas
Assim como evitar mais tarde
A batalha de Alvalade
O Rei Dinis não o merecia
O infante Afonso que o poder tanto queria
Como tão medíocre naquela época seria
O monarca uma descendente alternativa quereria
Foi para Castela a mais velha infanta Constança
Sacrificada em mais um tratado de paz
Portugal ficou com Ouguela, Campo Maior e Olivença
Por troca de Aroche e Aracena, por tanto se faz?
Depois de ter casado com a infanta de Castela, Beatriz
E mais uma vez se ter seguido a matriz
Surgiu Afonso IV com o poder pretendido
Ainda por algum tempo combatido
A primogénita do real casal
A «fermosíssima» Maria de Portugal
Com o seu esposo, Rei de Castela, passou mal
O que levou a mais uma guerra brutal
Transformada em aliança contra os mouros
Que invadiram Castela como touros
A vitória amenizou a tensa relação
Depois veio a peste negra sem salvação
Negra que foi também a decisão
De Afonso em relação à mulher do seu descendente
Perante um considerado perigo iminente
Inês de Castro foi vítima de grande traição
O infante Pedro não deu perdão
Entrou em guerra com o pai
Cujo poder na paz quase todo lhe sai
E coroou a sua galega Rainha com coração
O Reino viveu sem guerra e com prosperidade
Mas com mais execução que justiça, houve crueldade
O poder papal e do clero foram contidos
Os impulsos populistas seriam sentidos
Que ironia que o infante Fernando
Pelo avô Afonso preferido
Se tornasse um monarca mais vulnerável
Que a Rainha Inês de Castro tão amável
Filho de Pedro I e de Constança de Castela
Fernando pretendeu se assenhorear dela
A tanta guerra correspondeu tanto insucesso
Que aos castelhanos lhes deu tanto acesso
Casado com a portuguesa Leonor Teles
A sua única filha Beatriz vai ficar nas mãos deles
Vai ser obrigada a casar com o Rei de Castela
A sucessão ameaçada no destino dela
E a influência da impopular Leonor
Torna-se um verdadeiro pavor
Que oculta o benefício das muralhas
Da agricultura, do comércio e das marinhas
E quando em nome de sua filha se torna regente
O perigo de dependência preocupa muita gente
O seu amante galego Conde de Andeiro, torna-se proeminente
Mas a burguesia, o povo e parte da nobreza não consente
O filho de Pedro I e da galega Teresa como se diz
De nome João, antes nomeado Mestre de Avis
Uma revolução nacionalista vai liderar
Que o tornará Rei João I no seu culminar
Leonor vai para Castela sem final feliz
Donde vem o Rei João I em nome de Beatriz
Os dados estão lançados contra os portugueses
Vêm muitos castelhanos, aragoneses e franceses
Com Portugal estão os aliados ingleses
O estratega escolhe o terreno favorável aos portugueses
A cavalaria inimiga muito numerosa, poderosa, mas pesada
Vai cair numa grande, enorme cilada
Numa disposição Norte Sul é a estratégia bem preparada
Num declive após um rio é a cavalaria aguardada
Que é condicionada a uma colina ser contornada
Até ser possível atravessar o curso de água e ser afunilada
Porque pela colina a via da água é duplicada
Mas muito, muito arrogante
A cavalaria francesa vai adiante
Pelos dois cursos de água limitada
Vencida a inércia do peso das armaduras
É temível, mas cai rapidamente nas armadilhas
São covas de lobo, que apanham os cavaleiros
Que se tornam presas fáceis para peões e arqueiros
A cavalaria castelhana chega atrasada
E também fica extremamente desesperada
Tal como em Azincourt o maior número não ditou a sorte
A vitória vai ser concludente, que tristeza tanta morte
O estratega era Nuno Álvares Pereira
Que vai vencer a batalha derradeira
Está aberto o caminho para a mais antiga Aliança
Com a Inglaterra nasce uma grande esperança
Teresa de Leão e Henrique da Borgonha (Ilustração de Carlos Alberto Santos
Castelo de Guimarães com estátua do Rei Afonso I de Portugal da autoria do escultor Soares dos Reis
Coat of arms of the king Dinis I and Order of Christ symbol
Tríptico para monumento ao Rei Dinis I e à Rainha Isabel de Aragão (em Arala Pinto «Pinhal do Rei» 1939)
Batalha de Aljubarrota http://www.fundacao-aljubarrota.pt/?idc=15
«Diagrama da Batalha de Aljubarrota» Muriel Gottrop (Wikipedia) Creative Commons http://creativecommons.org/licenses/by-sa/1.0/deed.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário
Muito obrigado pelo seu comentário! Tibi gratiās maximās agō enim commentarium! Thank you very much for your comment!