Left and right in European Parlamient (http://www.ecgassociation.eu/portals/0/Images/EU%20Affairs/Acrobat.png)
O infante e regente Pedro, sua filha rainha Isabel e o seu neto o rei João II manifestam as últimas tentativas de impedir que prevaleçam em Portugal os interesses de poucos sobre os interesses da Nação, que vão ter campo aberto com o rei Manuel I e a entrada da inquisição. Essa esquerda da Aula Magna é conservadora de certos interesses instalados que absorve Valor Criado pela Nação por via do Estado. A utilização do conceito de violência manifesta bem as suas origens no Estado Novo, tendo um ser autoritário e um dever ser "democrático".
O que Portugal necessita é de uma profunda transformação da cultural política, da relação entre a sociedade política e a sociedade civil, com representação e participação democráticas verdadeiras, para que se defenda e apoie a criação de Valor no País e no Mundo. Para isso são necessárias as pessoas das direitas e esquerdas mais universalistas, que consigam realizar uma profunda reforma da sociedade política e do estado, que ponha em causa os interesses mesquinhos e insustentáveis que parasitam a nobre Nação, que tudo tem aguentado.
A alternativa a este péssimo, desleal e incompetente governo está numa ligação entre o melhor que está na sociedade civil e na sociedade política (CDS, PSD e PS), mas deveria acabar um sistema de representação baseado apenas nos momentos de eleição dos representantes na AR que têm representado cheques em branco intoleravelmente preenchidos com milhares de milhões de euros (antes eram em contos de réis) ...
A questão é cultural e profunda, mas poderíamos todos contribuir para uma mudança do sistema político. A democracia representativa deve ser aprofundada e também ter mais dimensões participativas. A delegação do poder político de muitos em poucos pode ser muito melhorada e poderão haver instâncias de controlo dos compromissos eleitorais. O que se tem passado com esta legislatura é mais uma vez, escandaloso, a maioria das Pessoas que votaram na «maioria» de representantes, não votaram nisto que é um misto de incompetência, arrogância e de falta de ética, quase sem controlo. Por exemplo, poderemos votar em candidatos de vários partidos e movimentos, em vez de votar na lista determinada de um partido e os representantes poderem responsabilizar os representados, sendo o referendo um dos meios de controlo de decisões fundamentais. Com isto retira-se poder aos partidos representantes e transfere-se mais poder aos representados entre eleições, para evitar péssimas decisões e desperdícios de dinheiros públicos e empolamento de dívidas públicas: as decisões sobre privatizações / nacionalizações (BPN), PPP, Madeira, empresas municipais, ...regulações de oligopólios e cartéis, tinham e têm que ter outros meios de controlo. Muitas questões estão por realizar, o potencial é imenso! A cultura de investir na campanha, captar votos, ganhar as eleições com maioria de representantes amestrados, realizar os jogos de soma negativa à vontade e depois ser avaliado, se tudo correr bem após 4 anos, não deveria acontecer mais, mas nada se fez para o evitar e para se poder cair num novo ciclo vicioso, porque os muitos estão dispersos e os poucos estão concentrados e muitos dos poucos não estão interessados em mudar o sistema. A opção pela brutal tributação que prejudica a criação de valor em vez da profunda reforma da acção pública que beneficiasse essa criação foi um dos «erros» sem qualquer legitimidade democrática, contrária aos compromissos eleitorais, que não teve controlo.
António Costa referiu-se do seguinte modo ao evento da Aula Magna: «um pouco perplexo (...) especial autoridade (...) em condições normais o dr. Mário Soares não teria que se tirar dos seus cuidados para estar na liderança e mobilização de uma iniciativa deste tipo (...). O facto de o fazer representa também um grande vazio de iniciativa política, porventura designadamente por parte do Partido Socialista».
Não gosto deste pavão
Sem mérito e tanta ambição
Sempre pronto para a traição
Não traz nada de novo não
Gosto mais de boas pessoas como António José Seguro, apesar das suas limitações ...
Mas existem ainda mais esquerdas como a que se expressa nas palavras da historiadora Raquel Varela da Universidade Nova de Lisboa (http://5dias.wordpress.com/2013/11/22/25-de-novembro-a-22/):
«Ontem tivemos que assistir ao triste espectáculo da esquerda parlamentar levantar-se a aplaudir alguns dos responsáveis directos, com funções governativas de topo, do estado a que chegámos. Foi uma espécie de simbólico 25 de Novembro, realizado a 22, com os que o fizeram em 1975 e com os que não lhe resistiram. A ausência de criação de quadros à esquerda até se reflecte na idade – os líderes desta imensa frente patriótica têm em média 70 anos ou mais. Não é pela idade (tantas vezes fonte de confiança e sabedoria e também por isso devemos-lhe respeito). É porque ela reflecte uma juventude ausente e sobretudo que continuamos a ter as mesmas velhas soluções para uma história que é totalmente nova.
Quem não quer atravessar pontes, apoiado na força incontrolável das populações, tem um fantasma educado, ou seja, a saída eleitoral e o TC, para que a burguesia portuguesa mais ligada ao consumo interno recupere capacidade de voltar a acumular capital. Este medir de forças entre a burguesia, aplaudido entusiasticamente pela esquerda parlamentar – ao abrigo da ideia de «frentes populares, patrióticas» – mostra como os trabalhadores estão totalmente órfãos de partido ou organização, programa ou ideias. Dir-me-ão que o problema é que o povo é brando, fraco, e que a esquerda faz o que pode – ainda bem que na mesma hora, ali para os lados do Parlamento, se via em directo um cheirinho do 25 de abril (e saberemos em breve certamente que apoio das direcções sindicais teve aquela invasão ou se ela foi provocada pelos manifestantes). É sempre chato levar os manifestantes para a rua e depois ver que eles invadem as escadarias do Parlamento, ou levá-los para a Ponte forçando a (i)legalidade do Governo. É sempre mais seguro deixá-los a ver a Aula Magna em directo.
Se os trabalhadores portugueses confiarem neste imenso bluff temos então, aí sim, razões para emigrar e desistir. Tenho dúvidas que este cenário pessimista avance, mas ele é possível. É verdade que os trabalhadores não sabem que na Aula Magna não se está a discutir o salário ou a reforma deles mas está-se a disputar os capitais retirados ao trabalho, um gigante combate sobre se o salário deve ir para a dívida pública ou para isenções ficais a empresas «produtivas» que «criam emprego» a 432 euros líquidos. Continuo a acreditar porém no sentido prático de quem vive do trabalho. E que sem perceber nada sobre acumulação de capital, e o combate de morte que se trava entre o sector da burguesia mais ligado às exportações e o outro mais dependente do consumo interno, sabe, como provavelmente aqueles polícias, que com o que ganha não consegue ir ao médico, alimentar decentemente os filhos, chegar ao fim do mês. Há, por razões objectivas (queda real da taxa de lucro o que impossibilita a aplicação de um programa social-democrata reformista clássico, vulgo, manutenção da exploração mediada, com direitos sociais), perspectivas optimistas, e tudo indica que o realismo se vai impor a este jogo de espelhos que é a aliança entre a burocracia enquistada no Estado e o Estado que gere esta distribuição cuidadosa de rendas e misérias.»
Mais ideias da mesma pessoa (http://www.ruadebaixo.com/raquel-varela-entrevista-14-08-2013.html):
“A história mostra, claramente, que a economia não é algo natural, e sim o resultado contraditório da cooperação entre os homens (...).
O pleno emprego só pode ser assegurado na repartição do trabalho, mais gente a trabalhar menos tempo. Aliás, o aumento da produtividade (mais produtos em menos tempo de trabalho, permitido pela utilização de máquinas) logicamente deveria conduzir a este resultado. Tal como nas nossas casas: pomos a roupa a lavar numa máquina para ficarmos com mais tempo livre (para o dedicarmos a coisas preciosas, como cuidar de nós e dos outros). O que impede que isto aconteça nas nossas vidas profissionais é que esta poupança de tempo reverte, sob a forma de lucros, para o capital. Ora o capitalista não investe para suprir necessidades sociais. Investe se acha que poderá obter uma taxa de lucro que ele considere apetecível. O aumento da produtividade significa que se pode fazer o necessário para a vida da sociedade em muito menos tempo. Se a sociedade trabalhasse para suprir as suas necessidades, isso significaria que todos nós precisaríamos de trabalhar menos. Mas com o capitalismo isso significa o quê? Mais desemprego. A precariedade e a insegurança não têm como objectivo tornar as pessoas mais eficazes no seu trabalho, mas baixar os salários e permitir despedi-las mais facilmente. (...)
O trauma dos horrores estalinistas não me fez em nada acreditar que o capitalismo é o fim da história. Há história para além do gulag e de Guantánamo! Não há recuperação económica no moderno modo de produção capitalista sem barbárie social. E isso é independente de termos gestores mais ou menos corruptos.
Creio que estamos a viver uma crise de 29 adiada. Creio que esta crise não é uma crise financeira nem de subprime, mas uma crise cíclica que começa na produção industrial norte-americana e tem o seu sintoma mais evidente ao nível financeiro. Não confundo a pneumonia com a febre. A pneumonia é a contradição entre a produção para as necessidades e o lucro; a febre, o colapso bolsista que significa a desvalorização da propriedade, em virtude da deflação dos preços na produção. Vou dizê-lo sem diplomacia, quem não percebe a lei do valor enunciada n’ O Capital de Marx não percebe nada da sociedade onde vive. Pode tentar, mas nunca vai dizer nada que não seja superficial. E a prova disso é que 99% dos economistas acha que o dinheiro produz dinheiro. Falam como se as bolsas tivessem vida própria, e mesmo os críticos daquilo a que chama neoliberalismo acham que vivemos numa economia de casino. E a minha pergunta é: se vivemos numa economia dominada pelo sector financeiro, de casino, por que é que as ajudas financeiras não valem nada sem o salário das pessoas? O que aconteceu em 2008 foi uma ajuda maciça ao sector financeiro e 3 meses depois olharam para as populações e disseram: agora são vocês, com as vossas reformas e salários, a pagar! Porque o que provou esta crise é que a produção, o salário e o trabalho são determinantes, o resto, os títulos e as acções, sem isto, sem trabalho, são apenas papel.»
Karl Marx, com todo o seu valor, viveu no século XIX e só conseguiu entender limitadamente (limitou a uma fase histórica limitada), que para a satisfação de necessidades sociais, para a criação de valor a partir do trabalho socialmente necessário, no âmbito de uma profunda divisão social do trabalho, a liderança, o risco assumido, a rendibilidade, a criatividade empresarial dos empresários era decisiva para o futuro desenvolvimento das sociedades, de forma alguma o proletariado (que Marx acreditava ser a solução dialéctica, erradamente). Se o trabalho não for bem orientado e liderado não se transforma em valor, na satisfação de necessidades sociais históricas, que são uma contínua interacção entre os produtos e serviços propostos e os desejos e necessidades das pessoas, com a sempre difícil conciliação entre a capacidade de produzir e a capacidade de comprar, com os evidentes oportunismos, especulações, materialismos, egoísmos históricos, que existem e predominam ainda até que hajam profundas transformações culturais e civilizacionais nos seres humanos, que vão continuar a demorar séculos a se desenvolverem. As instituições financeiras extremamente mal geridas e mal reguladas são pró-cíclicas e empoladoras dos caminhos fáceis e não sustentados para a geração de não valor, que se manifesta nas crises. Voltaremos a estes temas para os quais Raquel Varela tem na minha perspectiva, uma visão redutora e preconceituada, protegida na sua esfera académica paga pela Nação através do Estado e não compreende o que são os empresários e o seu trabalho determinante, que cria valor directa e indirectamente por via do trabalho dos seus colaboradores. A distribuição desse valor tanto pode estar errada pelos empresários serem explorados por trabalhadores cheios de direitos e sem deveres como vice versa. A questão é cultural e evolutiva. Quem está a prejudicar as pessoas que trabalham e a sua desvalorização, não são os empresários é sim um Estado e uma Sociedade Política parasitas, cheios de interesses e direitos a ele agarrados antes e depois de 25 de Abril. All bourgeois but the who? O conceito de burguesia, na minha opinião, não faz qualquer sentido ser aplicado na actual realidade histórica. Voltarei a este interessante tema, que dialecticamente lhe agradeço, o Valor, que me apaixona desde os tempos da faculdade em que li o «Das Kapital», mas também os «Grundrisse» e que o tenho estudado toda a minha vida! Marx é mais interessante e ao mesmo tempo mais limitado de como a Raquel o vê, na minha opinião. Por exemplo, o grande amigo de Gramsci o economista italiano Piero Sraffa, deu contributos importantes de aprofundamento, sinalizados por Umberto Cerroni ...
Se a pessoa que se considera de esquerda quiser realizar os seus valores deverá compreender muito bem a realidade histórica e se compreender a si própria, com tanto dever ser desfasado do ser deveria começar por se transformar a si mesma antes de querer transformar o Mundo. E acima de tudo respeitar profundamente o outro e respeitar-se a si própria, ser verdadeiramente democrata e humanista até consigo própria!
Grande parte da esquerda e da direita (simplificação dualista) não entende profundamente o actual momento histórico, cegas pelos seus interesses. As políticas de direita e de esquerda oportunistas e incompetentes, com direitos e deveres desfasados da sua sustentação, comprometem os interesses de Portugal, dos seus empresários e trabalhadores. Seria fundamental transcender a direita e a esquerda e todos contribuirmos para a criação de valor no Mundo, com um Estado e uma Sociedade Política defensoras da Sociedade Civil e da Nação!
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