REINO DE PORTUGAL (II: 1385-1495)
João I casa com Philippa of Lancaster, Lencastre
Está vencido um grande desastre
Portugal vai-se afirmar
No Ocidental e Sul mar!
Prevalece de novo a cultura de semear
Criar as condições para germinar
Para o fruto se desenvolver
E depois de se colher
E a semente ser de novo lançada
Na terra trabalhada
Com muito trabalho cultivada
Em círculos virtuosos valorizada
E a terra vai ser o mar
Com a arte de bem navegar
Pelo Oceano Atlântico em segurança
Da tempestade à bonança
Ceuta estratégica, conquista primeira
Seguida da ilha do Porto Santo
Da ilha da Madeira
E das ilhas dos Açores do Espírito Santo
Estava preparada sob o seu comando
Com a sua rainha e os seus notáveis filhos a obra
Duarte, Pedro, Henrique, Isabel, João, Fernando
Todos com mais sabedoria que a Universidade de Coimbra
Para Sul estão lançadas as bases estratégicas
Que com a ajuda das capacidades técnicas e científicas
Vão-se percorrer marítimos caminhos
Com tantos, imensos destinos
Vai ser Rei o Infante Duarte
Que a escrita tinha o prazer da sua arte
O Infante Henrique, mestre da arte de navegar
Vai colocar as caravelas com a cruz de Cristo no mar
O Infante Pedro cosmopolita
Vai ser um bom regente
E vítima do interesse demente
Da latente força parasita
A Infanta Isabel nas artes activa
Duquesa da Borgonha na Divio (Dijon) sua cidade
Politicamente muito participativa
Com a sua inteligência e sensibilidade
Mas o infante mais imaturo
Foi comandado por Henrique inseguro
E após estrondosa derrota
Ficou refém de uma batota
Fernando ficou sempre prisioneiro
A anunciar um futuro desastre derradeiro
Ceuta não foi trocada,
A sua perda foi adiada
A Pessoa não foi resgatada
Mas foi santificada?
Não, foi sacrificada
Com a negatividade despoletada
O seu leal irmão
De nome João
Bem o defendeu
Mas Henrique prevaleceu
Que sinistra decisão
Não esteve bem não
Henrique de Portugal
Agiu muito mal
As sementes de divisão despoletadas
Estão agora lançadas
As parcas muito atentas
Ficaram todas contentas
Os seus fatais destinos
Pareciam ter sido rompidos
Mas afinal os fios dos fados
Pareciam estar bem atados
Henrique com o ducado de Viseu
Pedro com o ducado de Coimbra
Desenvolvia-se bem a obra
Mas também a sua sobra apareceu
Duarte após o seu «ABC de Lealdade»
Foi vencido pela peste na Cidade
Mas também pelo desgosto, deixou em testamento
A regência a sua Leonor, tanto lamento
De Aragão, descendente de Pedro e Inês
Despoletou a reacção de um partido Português
Pelo seu cunhado Pedro duque de Coimbra
Que vitorioso não vencera ainda
O descendente do Reino Afonso
Foi mal influenciado pelo poder senhorial insonso
Vontades de poder mesquinhas
Lançaram vento com doses certinhas
Que assim se tornam veneno
Que despoletam a dor de Inverno
Despoletadores da guerra
Que desgraçou a Lusa Terra
Pedro caiu, Afonso V ascendeu
Por detrás estava o Ducado de Bragança
Do todo poderoso Afonso cheio de esperança
Do ainda Mestre de Avis e não Rei João nasceu
O meio irmão mais velho dos infantes, o meio tio
Teve o apoio do arcebispo de Lisboa muito pio
Estava dado ao imprudente Rei todo o gás
Com o poder negativo todo atrás
Quando o sábio e cosmopolita Pedro caiu
Com o seu grande amigo e para Inglaterra herói Álvaro Vaz
Que de Azincourt para Alfarrobeira no desabafo «é fartar vilanagem» jaz
Portugal, muito angustiado, o Infante muito o sentiu
A sua irmã na Borgonha
Se indignou de tanta vergonha
Isabel casada com Afonso V, a Rainha
Tanto sofreu como sua filha
Mas o Infante João educou
Na boa memória do seu pai e dele avô
Mais tarde homenageada
Pela sua acção a ele dedicada
Afonso V da guerra faz o caminho
Com a ambição de dominar o vizinho
Para o Sul, para o Norte de África, partiu com conveniente esperança
Porque o Reino o deixou ao vil Duque de Bragança
Suspeita andança para Portugal
Urdida numa hipotética cruzada papal
Contra a queda da cidade de Constantino
Onde o Crescente Otomano tragou a Estrela do poder Bizantino
Com o exército organizado
Para outro destino é mandado
De Arzila à vingada Tânger
Se desenvolve o câncer
Campanha esta terminada
Contra outros vizinhos é iniciada
Agora é bem mais complexa
A guerra que se anexa
A velha inimiga Castela em confusão
Está em crise de monárquica sucessão
Os ramais hereditários são um tormento
Vindo do Rei Henrique IV um catavento
Aliado de Afonso V tendo como Rainha Joana
Era seu cunhado e dele recebeu a promessa
Que o seu testamento para a sua filha Joana
Teria o apoio do Rei, seu tio, com a devida pressa
Castela dividida em dois partidos
Por Joana e com Afonso em união
E por Isabel com Fernando de Aragão
Com quem casara colocando pactos findos
Com o apoio da tentacular igreja papal
Sim Isabel filha do pai de Henrique IV e de Isabel de Portugal
Por sua vez filha do Infante João e da filha do vil de Bragança, o tal
Tinha sido prometida a Afonso V, mas Isabel recusou perante o abismo natal
A guerra travada na Lusitania e Gallaecia, teve várias vantagens
E muitas e alternadas desvantagens
Mas com os partidários de Joana e Afonso, sob o seu comando
A passarem progressivamente para Isabel e Fernando
Vai ter uma resultante inconclusiva, sem perdedores
Na batalha de Toro a vantagem do Príncipe João
É contrariada pela desvantagem de seu pai, há indefinição
Existem versões de dois vencedores
Os acordos posteriores
Revelam essa situação
Ambas as partes cedem dores
Evitam agora a ibérica união
Castela e Aragão vão avançar
Portugal os seus aliados vai salvaguardar
Príncipes e Princesas como sempre são reféns
Ninguém fica de parabéns
Mas o pior de tudo é que entra na Península a maldição
Por via dos «Reis Católicos», por sua mão
A tirania, a ignorância e o fanatismo sem perdão
A asquerosa «Santa Inquisição»
No início dirigida contra mouros e judeus
Como se não fossem todos filhos de Deus
No âmbito da reconquista
Tudo servia ao oportunista
Mas obviamente que todos
Eram pelos tentáculos abrangidos
O terror, a arbitrariedade, a falsidade
Tudo sem nada que ver com a divina verdade
Talvez Afonso V na sua confusão e frustração
Tivesse essa inesperada e não realizada missão
De colocar um profundo travão
Nessas terríveis forças de negação
Seguiu outra via o seu irmão Fernando
Herdeiro de seu tio Henrique no Ducado de Viseu
Vai dar continuidade ao caminho para Sul, no seu demando
E com os seus filhos Diogo, Manuel e Leonor muito aconteceu
O Rei João II na sua centralizadora acção
Homenageia o seu avô Pedro com harmoniosa reposição
O poder do Ducado de Bragança é suprimido
Todo o poder senhorial opositor é diminuído
E a partir do Ducado de Viseu
Leonor Rainha de João II nasceu
O herdeiro Diogo que queria eliminar o Rei é eliminado
E seu irmão Manuel mais tarde estranhamente aventurado
O Rei João II bom caminho vai trilhar
Para o Mundo inteiro maravilhar
Com a liderança das grandes descobertas pelo mar
Pela arte de tão bem navegar
Para encontrar uma alternativa para a Índia
E sem todo o planeta dar a volta
Como Colombo foi apoiado por Isabel tardia
Contornar a África era a sua rota
As matérias e especiarias chegavam muito caras à Europa
O Mediterrâneo como via viciada que não poupa
Precisava daquele ponto de inflexão
A Sul de África estava a solução
O cabo das tormentas é em 1488 d.C. por Dias dobrado
E em cabo da boa esperança é transformadoO melhor caminho marítimo está desbravado
Antes que o canal do Suez esteja preparado
Colombo chega às Antilhas em 1492 d.C. equivocado
Ainda sem o canal do Panamá estava tramado
Ainda hoje se designam por índios os chamados americanos
Porque a verdade da História sofre sempre muitos danos
O Tratado de Tordesilhas do Nascente
Dividirá a Terra em dois até ao Poente
Para Castela e Aragão o Ocidente
Para Portugal o Oriente
O Rei João e a Rainha Leonor
Tiveram uma imensa dor
Tão estranho e impressionante
O desastre do seu único Infante
Casado com a filha herdeira de Castela e Aragão com futuro promissor
A morte do Infante Afonso vai causar um enorme desastre
João II tenta encontrar um outro sucessor
Em seu filho Jorge de Lencastre
Nascido no ano da sua coroação
Tendo por mãe Ana de Mendonça a Pedro o lembra
E o homenageia como novo Duque de Coimbra
Educado por João Vaz irmão do grande amigo do seu coração
Todas as tentativas de nomeação como sucessor
Esbarram no papado e por último na Rainha Leonor
João II morre pela nobreza odiado
Quem sabe se envenenado, de certeza angustiado
As parcas não dormem
Tecem a Portugal a negatividade
Que vai prevalecer com ordem
E muito prejudicar a Luso Latina Nacionalidade
«Murió el Hombre!» exclama Isabel de Castela
O irmão da Rainha, Manuel, o Duque de Viseu
Vai receber o poder de Portugal no seu apogeu
E vai ser enredado na trama Dela
A partir daqui desenvolve-se o «problema português»
Afastada a Nação da cultura do Infante Pedro de vez
Portugal vai mergulhar na omnipresente dor e saudade
Cantada por Luíz Vaz e pelo fado até à eternidade!
Acaba aqui na na minha opinião a dinastia
D. Manuel I é da outra cultura, a da negatividade
Vai prevalecer a mentalidade hipócrita e pia
Em vez da afirmação divina da Vida e da Criatividade
«Padrão dos Descobrimentos» em Lisboa, virado para Sul. Na base duas pessoas fundamentais: O Infante Pedro, Duque de Coimbra e sua mãe, a Rainha Philippa of Lancaster. Cópia da obra do escultor Leopoldo de Almeida (1940).
Rainha Isabel I de Castela («Anonymous copy, 17th century. It is inspired by a previous work.» http://www.capillarealgranada.com/en/vn/afvn_1fundadores_0018.html)
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