Representado por «The Rescue» de Vereker Monteith Hamilton (1856-1931)
Palavras do Presidente da Comissão Europeia dia 1 de Outubro de 2012:
«Estou absolutamente esperançado que os governos da Zona Euro vão seguir a recomendação da Comissão, que é a de libertar a tranche para Portugal, já no próximo dia 8 de Outubro (...) não vai haver entrave por causa daquilo que foi em Portugal a alteração de uma das medidas apresentadas pelo Governo».
«Nós, Comissão, já demos a nossa aprovação a medidas alternativas que foram apresentadas pelo Governo e eu espero, por isso, que os governos da Zona Euro aprovem o programa apresentado por Portugal, porque é de facto um programa essencial para que Portugal possa continuar a dispor de financiamento, que garante o funcionamento do Estado Português».
O português referiu que é indispensável para os portugueses «um certo consenso à volta de um programa que deve ser respeitado». Quais Portugueses? Uma minoria que tem a maioria no Parlamento? E o Governo tão silencioso ... combinaram apresentar um facto consumado, não houvesse outra vez capacidade de reacção da Nação, com o CDS comprometido a garantir a tal maioria na votação e na aprovação ... o Borges fala e parte do CDS, parte do PSD e o Presidente da República, o Grupo de Assalto ao Poder (GAP) 2010-2011 estremecem ... "ai que que este idiota estraga tudo, tanto trabalho para unir as pontas", pensam, imaginamos ...
Mas o Presidente da Comissão continua face ao hiato («gap»):
«O Governo estará talvez à espera da aprovação pelos parceiros das medidas que podem garantir os objectivos da consolidação orçamental. Nós, Comissão, estamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance para garantir que estas reformas se façam da forma mais harmoniosa possível».
E para que não restassem dúvidas:
«(...) é pura e simplesmente insustentável se não forem tomadas medidas por definição muito difíceis (...). Por isso, é que Portugal foi o primeiro país, com um programa, a ver garantida por parte da Comissão Europeia a possibilidade de rever os objectivos orçamentais para este ano e para os próximos anos. Isto por causa do percurso bastante positivo levado a cabo por Portugal em termos de contenção.»
O líder da oposição democrática manifesta a sua surpresa aos jornalistas:
«Já houve alguma proposta que foi enviada para Bruxelas? Enfim, se é verdade estão a dar-me uma notícia. Lamento. Desconheço essa proposta, mas quanto à postura e ao procedimento, significa que o primeiro-ministro não aprende com os erros que comete (...) tal significa que se trata de um primeiro-ministro distante dos portugueses e que vive longe da realidade».
Sem dúvida!
É incrível a falta de respeito pela Democracia Portuguesa por parte do Governo e dos seus apoiantes, bem como por parte da Troika! O envolvimento dos Parceiros Sociais após o desastre TSUUU é uma grande hipocrisia, que falta de Ética! Era curioso se o Governo tivesse que negociar um terceira vez com a Troika, novas medidas alternativas, com as incompetentes Agências de Notação deliciadas a salientarem a falta de credibilidade do «bom aluno» ... O Governo tem uma incapacidade notável na defesa dos interesses da Nação!
A propósito do Grupo de Assalto ao Poder (GAP) 2010-2011, que teve a cumplicidade dos Stalinistas e dos Trotskistas, oiçamos a jornalista Fernanda Câncio, no Diário de Notícias de 28-09-2012:
«Passaram apenas 18 meses desde que PSD, PP, PCP, BE e PEV se uniram para chumbar o pacote de medidas acordado pelo Governo com o BCE e a UE para garantir que Portugal não seria o terceiro país do euro a recorrer a um resgate financeiro. O chumbo, era sabido, implicaria a demissão do Executivo socialista e, no clima de pressão dos mercados financeiros sobre as dívidas soberanas, o resgate.
Na Alemanha, Merkel deu largas à sua fúria num discurso no parlamento, criticando o chumbo do pacote que tinha, frisou, o apoio do BCE e da UE. Os mesmos BCE e UE aos quais o governo demissionário, perante o disparar dos juros, foi obrigado menos de um mês depois a pedir ajuda financeira de emergência.
Toda a gente está recordada destes factos; como toda a gente terá presente que o motivo invocado pela oposição para recusar as medidas e derrubar o Governo foi um alegado "excesso de austeridade sobre as pessoas". Afinal, tudo isto se passou apenas há ano e meio. E levou só um ano e meio para se tornar claro - para aqueles para quem não o foi logo - que não existia em nenhum dos partidos que chumbou o PECIV outro propósito que não o de derrubar o Governo, custasse o que custasse, e desencadear eleições. O PSD e o PP fizeram-no porque esperavam, como sucedeu, ter votos suficientes para governar. O PCP, o BE e o PEV fizeram-no porque tinham a esperança de roubar votos ao PS e porque sabem que quanto mais à direita for o Governo mais têm possibilidades de os angariar. Ninguém, nestas cinco agremiações políticas, perdeu um minuto a pensar nos terríveis custos, para o País, desse ato. Ninguém se ralou com o expectável reforço da austeridade de que a Grécia e a Irlanda eram quadro vivo; ninguém quis sequer saber do que mais um resgate significava para a UE e para o euro. Ninguém pensou em responsabilidade, em solidariedade, em nós - ninguém, a começar pelo locatário de Belém. (...).»
Os erros cometidos pelo anterior Governo que se acumularam aos erros dos anteriores, num modelo gerador de fortes importações e dívida pública e privada, num contexto histórico de esvaziamento do grande empolamento mundial das procuras-mercados e da disponibilidade de capitais para empréstimos que amortizam empréstimos, com juros baixos, deram espaço histórico objectivo para o surgimento de subjectividades oportunistas, que não tinham a mínima capacidade nem Ética para levar a Nau Portuguesa a bom porto, com a grande maioria dos Portugueses se apercebeu e uma minoria do eleitorado que votou já sabia, previamente.
A leviandade do «chumbo» do PEC IV ficou registado na História de Portugal. Os jornalistas David Dinis e Hugo Filipe Coelho no seu livro «Resgatados» abordam este tema e João Pedro Henriques no mesmo Diário de Notícias de 28-09-2012 destaca da obra o seguinte: «hesitações de Passos Coelho ao longo do processo. No outono de 2010 chegou a dizer que ia chumbar o OE, mas depois, pressionado por Cavaco, recuou. Em 11 de março do ano seguinte comprometeu-se a não travar a aprovação do PEC4 (que Sócrates lhe apresentara directamente) em Bruxelas - mas a meio da respectiva cimeira já estava a telefonar para Barroso a anunciar que o PSD era contra - o que deixou o presidente da Comissão estupefacto. Merkel também não gostou da oposição de Passos e quando o encontrou disparou-lhe: "So, you are the nice guy from Portugal!»
«Passos» perdidos, muito tempo perdido, muitos sacrifícios inúteis, porque as grandes questões, a Reforma profunda do Estado foi, mais uma vez, adiada, por esses levianos arrogantes! Como é que foi feito por exemplo, o negócio das transferências de Fundos de Pensões para o Estado? O dinheiro recebido (direitos) já deve ter voado, ficam para a Nação responsabilidades presentes e futuras pesadas (deveres). A Nação fica sempre a perder ...
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