sábado, 2 de agosto de 2014

A ASCENSÃO E A QUEDA DA BANCA V - ARGENTARIA ORTUM ET OCASUM V - THE RISE AND THE FALL OF BANKS V


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Ana Rita Barosa que era apenas assessora do Conselho de Administração do BES, após a sua reentrada no Grupo com a sua demissão do Governo (Abril de 2013), é um dos muitos exemplos de dirigentes e colaboradores do BES que não podem ser prejudicados pelas decisões e acções que os transcenderam e que ficaram agora sujeitos às mesmas em termos de imagem do Banco que é importante esclarecer rapidamente, com identificação  clara das responsabilidades dos principais líderes e das instituições de supervisão, como o Banco de Portugal, de uma forma justa e transparente.

Na minha opinião de há muito tempo, não é compatível a Banca ser regulada por pessoas da Banca, como foi o caso de Vítor Constâncio (BPI) e o é ainda Carlos Costa (BCP). Não estão em causa as pessoas subjectivas, mas as realidades objectivas. O Banco de Portugal deveria ser dirigido e ter uma equipe com total independência da Banca e se o tivesse tido não teriam acontecido as desgraças do BPN, BPP, BCP, BANIF e BES. Para além disso, o Banco de Portugal e a CMVM num conglomerado como o GES/BES, não podem limitar a sua acção à dimensão financeira, têm que actuar sobre o todo. É impensável que possam existir holdings no Luxemburgo por exemplo, sem qualquer controlo e que durante muito tempo muitas dimensões do Grupo não tivessem visibilidade. Tudo isso facilitou objectivamente a desgraça.

A não acção e reacção tardias colocam em causa todo o sistema, conforme salienta António José Seguro:

«[O BES] não pode transformar-se num novo BPN. Isso tem de ficar muito claro porque é altura dos privados, em particular dos acionistas, assumirem as responsabilidades da sua decisão. Não se pode pedir aos contribuintes portugueses que assumam responsabilidades de más decisões ou alegadas irregularidades, segundo aquilo que tem vindo a público (...) era o que mais faltava que se viesse pedir sempre aos mesmos, isto é ao povo português, que viesse cobrir os prejuízos de opções erradas do ponto de vista privado (...)

necessidade [das instituições responsáveis pela regulação bancária em Portugal] virem a público rapidamente, esclarecer a situação e informar os portugueses (...) Isto não pode continuar como está (...)
todos os dados que estão a surgir (...) são muito preocupantes (...) Há explicações que têm de ser dadas aos depositantes, às pessoas que têm relações comerciais com o Banco Espírito Santo, mas também há uma necessidade para todo o setor da economia de se explicar o que está a acontecer com o Grupo Espírito Santo e toda a atividade económica e isso eu considero da maior relevância (...)

não podia haver mais surpresas (...) E estamos a ser surpreendidos. O próprio Banco de Portugal, segundo os comunicados que pôs cá fora, expressou surpresa por aquilo que está a acontecer. Nós nos últimos tempos temos tido surpresas por parte de vários bancos, no BPN, no BPP, no BCP, no BES, algo está mal na governação deste sistem

António José Seguro 02-08-2014


«Manifesto a minha grande preocupação com os números divulgados hoje. Porque não eram estas as informações que eu tinha, nem eram estas as informações, nomeadamente pelo Governador do Banco de Portugal. Os portugueses não podem ter mais surpresas negativas provenientes do sistema financeiro e do sistema bancário português (...) necessário que se esclareça de uma vez por todas toda a verdade (...) Os portugueses têm o direito de saber o que se passou ao longo deste tempo. São notícias preocupantes e que exigem das autoridades responsáveis um esclarecimento

António José Seguro 30-07-2014

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