«Mais de cem mil pessoas manifestaram-se neste sábado em Lisboa e outras milhares em várias cidades de Portugal para protestar contra a política de austeridade conduzida pelo governo em troca da ajuda financeira da chamada troika» (RFI-Radio France Internationale - 15-09-2012 http://www.portugues.rfi.fr/europa/20120915-mais-de-cem-mil-protestam-contra-austeridade-em-portugal-0)
De acordo com a Organização da Manifestação-OM (http://queselixeatroika15setembro.blogspot.pt/) e com a Polícia-PSP, a adesão das Pessoas e Famílias, teria sida a seguinte (fonte: Diário de Notícias de 16-09-2012):
LISBOA - 500.000 Pessoas (OM);
PORTO - 50.000 Pessoas (OM);
COIMBRA - 20.000 Pessoas (PSP);
AVEIRO - 10.000 Pessoas (PSP);
SETÚBAL - 3.000/4.000 Pessoas (PSP);
LEIRIA - 3.000 Pessoas (OM);
VISEU - 2.000 Pessoas (PSP);
MADEIRA - 2.000 Pessoas (PSP);
CASTELO BRANCO - 1.500 Pessoas (OM);
ÉVORA - 500 Pessoas (PSP);
AÇORES - 300 Pessoas (PSP);
VIANA DO CASTELO - 300 Pessoas (PSP);
BARCELONA ?, LONDRES ?, PARIS ?, BERLIM ?, FORTALEZA (BRASIL)?
Foram muitas Pessoas que disseram Não, que querem outra solução!
http://expresso.sapo.pt/imagens-aereas-no-auge-das-manifs-em-lisboa-e-porto=f753621
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=578823
A distância entre Representantes e Representados e entre Governantes e Governados é colossal!
O CDS, partido político que faz parte da maioria que sustenta o Governo na Assembleia da República e que tem membros no mesmo, disse através de um dos seus Vice-Presidentes «O que é importante para nós no CDS que hoje ouvimos o presidente do partido é saber que o presidente do partido teve conhecimento da medida, discordou da medida, apresentou as razões da sua divergência, propôs alternativas, mas não quis, e bem, abrir uma crise política, assegurando a coesão de que Portugal precisa para atravessar um momento que é de verdadeira emergência nacional». Em nome da estabilidade governamental não entrou em ruptura com o seu parceiro da coligação, o PSD, mas a questão é a seguinte: a desestabilização está concretizada, nomeadamente porque o CDS não defendeu as suas alternativas até às últimas consequências, tal como não tinha conseguido até agora, influenciar uma maior ênfase na redução da despesa pública. Sendo assim, o CDS tem uma posição extremamente frágil na coligação, perante as Pessoas, perante a Nação e um outro dos seus Vice-Presidentes veio sugerir o seguinte:
«Acho que há tempo até à entrega do Orçamento do Estado na Assembleia da República para que os dois partidos, os parceiros sociais, o principal partido da oposição, que deve ser envolvido, o senhor Presidente de República, encontrarem soluções para o país, designadamente, soluções financeiras e económicas melhores do que aquelas que foram anunciadas».
Mas a posição do iluminado, missionário, autista, ardiloso e cada vez mais arrogante Primeiro-Ministro, no dia da Manifestação e da reunião do Conselho Nacional do CDS (15-09-2012), foi a seguinte, em relação às medidas anunciadas e amplamente contestadas:
«Temos de as fazer. Não podemos governar para satisfazer a opinião pública (...) aqueles com quem competimos têm custos mais baixos, nomeadamente custos do trabalho (...) [os portugueses têm] «de sonhar com os pés assentes na terra».
Entretanto o líder do CDS finalmente afirmou por si próprio:
«Se me perguntam se eu soube? Claro que soube. Se me perguntam se eu tive uma opinião diferente. Tive uma opinião diferente. Se me perguntam se eu alertei. Alertei. Se me perguntam se eu defendi que havia outros caminhos. Defendi. Se me perguntam se eu bloqueei a decisão. Não bloqueei pela simples razão de que fiquei inteiramente convencido que isso conduziria a uma crise nas negociações com a missão externa, a que se seguiria uma crise do Governo, a que se seguiria um caos que levaria a desperdiçar todo o esforço já feito pelos portugueses».
Mas que estabilidade é esta, que terra é esta, que areias movediças são estas? Deixaram que se fizesse um péssimo acordo com a Troika relativo ao Orçamento de Estado para 2013 e um Orçamento rectificativo para 2012, de uma forma não envolvente e aceitável, após um colossal falhanço na execução do Orçamento de 2012, provocaram a contestação generalizada e agora é que finalmente, se vai negociar para melhorar, com a imagem de Portugal a ficar ainda mais deturpada e negativa no Exterior? Mas com quem? Com os rígidos e autistas Primeiro-Ministro, Ministro das Finanças e «Principal Assessor do Governo», que nem com os parceiros da coligação criaram consenso? Tanta arrogância e ao mesmo tempo, tanta subserviência ao exterior, tanta incompetência, tanta impunidade, tanto egoísmo e materialismo, as Pessoas, os Portuguesas e os Portugueses estão cansados destes governantes e representantes que sistematicamente, as enganam, não defendem os seus interesses e o seu Bem Estar e demonstram-no «à Portuguesa»: com grande expressão, respeito e civismo em todo o País e também em Barcelona, Londres, Berlim, Paris, Fortaleza (Brasil)!
Com dizia Adolfo Coelho: «Entre nós há um facto que convém estudar: a existência dum povo, por cuja educação os governos… quase nada fizeram até hoje, e que todavia tem boas qualidades, que contrastam por vezes singularmente com as dos chamados dirigentes.»
Foto de Nuno Botelho - Expresso a ilustrar a mensagem de «Paz na Rua, Histerismo na TV» de Marco Santos (http://www.bitaites.org/tag/vida/).
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