«MANTER O RUMO» ATÉ O PRECIPÍCIO - «UT CUSTODIANT VIAM» AD RUPEM - «KEEP THE WAY» TO THE PRECIPICE

«Cuadrado con círculos inscritos y circunscritos»

O Ministro das Finanças Alemão Wolfang Schäuble num pequeno texto intitulado «Manter o Rumo» (Expresso - Revista 11-5-2013, tradução de Aida Macedo) dedicado ao seu "lacaio", o quadrático e subserviente Ministro das Finanças Português, Vítor Gaspar, expressa no Expresso o seguinte, que revela bem como o círculo do Governo Alemão delimita o quadrado (Governo Português - Ministro das Finanças), que por sua vez delimita o círculo «o modelo para Portugal desfasado da sua realidade», que a ciência da psicologia política pode estudar com bastante interesse:

«Ao observar quanto Portugal mudou nos últimos dois anos, (...) quando a história do seu renascimento económico for escrita (...) um dos seus protagonistas seja (...) o meu amigo e colega Vítor Gaspar (...) contribuição decisiva - talvez a contribuição decisiva - para as políticas que colocaram Portugal firmemente no caminho da recuperação. (...) As boas políticas começam por um diagnóstico correcto (...) fiquei impressionado com a lucidez com que ele identificou não apenas as origens da situação difícil de Portugal - um declínio de competitividade que foi sendo ocultada pelas baixas taxa de juro - mas também as falhas das tentativas anteriores para a corrigir, principalmente ao tentar estimular a procura. Ele também previu correctamente que a união monetária e as suas restrições poderiam ser aproveitadas para enfrentar os desafios do país. (...). Como os alemães sabem muito bem, reparar economias em dificuldades tem um custo. As reformas no mercado de trabalho, os cortes dos benefícios, os aumentos de impostos podem ser profundamente impopulares e podem até prejudicar o crescimento no curto prazo. A pressão sobre o governo para mudar de rumo pode ser esmagadora. Imperturbável, o ministro Gaspar manteve o rumo. Sob a sua direcção firme, Portugal construiu um registo imaculado na aplicação das reformas desenvolvidas pelo seu Governo, pelo FMI, pela Comissão Europeia e pelo BCE. (...) este trabalho e os esforços do povo português começam a dar frutos (...) competitividade que volta a surgir no país, pelo aumento das exportações e a queda dos défices. (...).» Wolfang Schäuble

A manipulação e o autismo combinados configuração uma situação de alta traição a Portugal:
I - O DIAGÓSTICO-PROGNÓSTICO NÃO ERA CORRECTO
O esforço de aumento de competitividade, de internacionalização e de exportação por parte das empresas é anterior ao Programa de Ajustamento iniciado em 2011, o Mercado Interno já há muito tempo que estava condicionado e viva de empolamentos identificados; a questão fundamental era libertar Portugal de jogos de soma negativa (abusos de posição dominante, com total cumplicidadade da Sociedade Política), de um Estado que absorve mais valor do que contribui para a sua criação, de factores que condicionam a acção das empresas na criação de valor. A falta de ética na culpabilização dos Países Latinos com omissão das responsabilidades que se evidenciaram com a crise financeira, por parte do centro Germânico, com o forte empolamento de mercados internos sem sustentação, que beneficiaram as exportações da Alemanha (bens de equipamento, incluindo automóveis, química-farmacêutica, bens alimentares). O estímulo à procura na indústria automóvel por reacção à crise, deu espaço a despesas públicas na Europa e em Portugal incorrectas. O corte do financiamento a Portugal criou ainda mais problemas e círculos viciosos.
II - A TERAPÊUTICA FOI INCORRECTÍSSIMA
A tributação e a desvalorização induzidas esmagaram ainda mais as Empresas e as Famílias (insolvências, desemprego), que sem qualquer medida já teriam graves problemas no Mercado Interno muito condicionado, mas que com a terapêutica aplica ainda por cima com sobredose, tornou o Mercado Interno ainda mais desvalorizado o que limitou também as Exportações (as empresas exportadoras dependiam em média em 2/3 da Procura Interna), adensando-se ainda mais os círculos viciosos. Não foram tomadas as medidas necessárias de redução das despesas públicas que não criam valor, baseadas numa profunda reforma do Estado em vez da brutal tributação viciadora, o caminho mais fácil mas indutor de círculos viciosos, como só agora Mario Draghi reconhece). Não foram tomadas as medidas de apoio à competitividade e de diminuição dos abusos de posição dominante, sendo as ditas «reformas estruturais» meios para vulnerabilizar ainda mais os mais fracos e a solidariedade social, numa altura em que a mesma é mais necessária. Não foram tocados as posições viciadas e não sustentadas. Como é que tudo isto pode ser elogiado? Só porque houve uma forte diminuição das necessidades de financiamento da Economia, apesar do Estado não ter contribuído como deveria e ter aumentado e muito a dívida pública (BPN, Madeira, autarquias, empresas públicas, mesmo com a venda da EDP, REN e ANA), por causa do esforço das Empresas e das Famílias, com a Banca a mostrar uma perigosa situação de inutilidade: não serve para conceder crédito, não serve para garantir as poupanças e os depósitos, serve para quê? Para se financiar no BCE e financiar as empresas em oligopólio, em cartel e os buracos do Estado ainda existentes? Esta situação é gravíssima!
As Exportações denotam quebras em relação ao bom ano de 2012, o ano de 2013 poderá evidenciar a falência da política seguida pelo Governo e pela Troika, com novo aumento das necessidades de financiamento num patamar de miserabilidade ainda mais acentuado.
A emissão de dívida pública a longo prazo por parte do Estado Português só foi possível por causa da melhoria da pressão sobre a zona euro, após a intervenção psicológica do BCE em 2012. Não existe qualquer mérito do Governo, para além da subserviência ao que o Governo Alemão queria e que na gestão das suas poupanças no apoio ao euro, cobriu também Portugal, muito por força da cobertura das ameaças na Itália e na Espanha. Se não tivesse sido chumbado o PEC IV, o caminho para Portugal poderia ter sido bem diferente, a ambição pelo poder sem qualquer capacidade para o exercer, consideramos de alta traição a Portugal, às Portuguesas e aos Portugueses que sofreram ainda mais, que tornaram os erros do anterior Governo, menores em termos relativos.

EM VEZ DE «MANTER O RUMO» ATÉ AO PRECIPÍCIO COMO O FEZ SALAZAR, COMO O FEZ HITLER ARRASTANDO AS SUAS NAÇÕES PARA UM GRANDE DESASTRE, ERA FUNDAMENTAL «MUDAR DE RUMO» PARA TENTAR EVITAR ESSE PRECIPÍCIO! ELOGIAR A FIRMEZA NESSE RUMO DESASTROSO PARA PORTUGAL, NÃO É TAMBÉM BOM PARA A ALEMANHA E PARA A EUROPA, QUE ESTÁ A MERGULHAR NUMA RECESSÃO POR IRRESPONSABILIDADE DA LIDERANÇA DO GOVERNO ALEMÃO, QUE SE ESPERA QUE SEJA DERRUBADO PELOS ALEMÃES NAS ELEIÇÕES DESTE ANO, QUE FAÇA A ALEMANHA MUDAR DE RUMO E TER UMA LIDERANÇA MAIS RESPONSÁVEL E FAVORÁVEL À EUROPA E AO MUNDO!
NÃO NOS PARECE QUE A ALEMANHA APÓS A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL QUE DESENCADEOU, TENHA TIDO ESTE TIPO DE APOIO DA EUROPA E DOS E.U.A. PARA CONSEGUIR RECUPERAR E TRANSFORMAR A SUA INDÚSTRIA MILITAR NUMA INDÚSTRIA DE BENS EQUIPAMENTO E QUÍMICO-FARMACÊUTICO COM SUCESSO, BEM COMO A RDA SOVIETIZADA TENHA SIDO ASFIXIADA APÓS A LIBERTAÇÃO DA URSS ...

O GOVERNO É CEGO, SURDO E MUDO PERANTE A REALIDADE, aqui representada pela jornalista Beatriz Jalón a tentar questionar o Primeiro Ministro sobre a mesma ...