quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

PARTIDOS POLÌTICOS - FACTIONES POLITICAE - POLITICAL PARTIES

Os partidos políticos Portugueses da III República têm muitas limitações, criaram um sistema político viciado, onde são juízes em causa própria, mas é uma situação em Democracia passível de alteração por vontade da Sociedade Civil, ao contrário da II República autocrática, que não o permitia. É de salientar que muito foi feito pelos partidos democráticos no sentido de melhorar Portugal, cultural e materialmente, principalmente com o apoio da Europa, mas também dos Estados Unidos da América. O ponto de partida era muito mau, o País estava muito empobrecido, tinha sido puxado para baixo, apesar do seu enorme potencial. Com outra visão os actuais Países de Expressão Portuguesa tinham sido há muito tempo desenvolvidos e Portugal teria sido também há muito mais tempo desenvolvido. As próprias limitações culturais dos partidos nascem das limitações culturais da autocracia onde os seus dirigentes nasceram e cresceram, muitas vezes aculturados em outros Países. Por exemplo, o estranho peso do PCP só foi possível através da ditadura que lhe deu força e hoje tem um papel bloqueador e destrutivo.

Partido Socialista (PS)
É o verdadeiro Partido Social Democrata (Socialismo Democrático), apoiado pelo Partido Social Democrata da Alemanha (SPD) e pelo Partido Socialista Françês vai ser determinante em vários momentos históricos:
1974-1975: Implementação e consolidação da Democracia em Portugal, nomeadamente na sua luta e vitória contra o Partido Comunista Português (PCP) e a sua natureza totalitária e subserviente em relação à URSS, em ascensão na década de 70 do século XX; Contributo decisivo para a Constituição da III República, que lança os fundamentos de um novo Estado, com tudo o que terá de bom e de mau;
1977: Pedido de Adesão à CEE («Europa connosco»)
1978: Criação das bases para o futuro Serviço Nacional de Saúde (1979), que universaliza o acesso aos cuidados de saúde;
1983-1985: Remendo dos buracos criados pela AD liderada pelo PSD que provocaram a 3.ª Intervanção do FMI, para Portugal ficar preparado para a adesão à CEE, com a Espanha, em 1986; ironicamente vai ser o PSD a liderar e muito mal, os ventos favoráveis que sopraram da Europa (pelo golpe oportunista do seu líder, que era responsável como Ministro das Finanças da AD, pelo início de uma política económica expansionista que levou à terapia de choque do FMI);
1995-2002: Política fortemente expansionista de betão e alcatrão levada até à exaustão, na continuidade da política do PSD de 1985-1995; a Construção fortemente empolada, que permitia financiar os partidos e ser irresponsavelmente financiada pelos Bancos, num círculo vicioso desastroso para Portugal; Após um laxismo  fiscal no Cavaquistão, são lançadas as bases (inversão do ónus de prova do Estado para as Empresas e Famílias), da futura caça ao imposto  à coima, à multa, à penhora automática num conluio Banca-Estado, que vão ser tristemente realizadas no Governo PSD+CDS de 2003-2004;
2005-2011: Tal como o PSD+CDS o tinham feito, o PS não respeita as promessas eleitorais e a primeira medida é o aumento da taxa do IVA, que afasta ainda mais Portugal da Espanha. Tenta-se proceder a uma reforma do Estado, que se vai concretizar essencialmente, na modernização dos serviços públicos, na desburocratização, na simplificação administrativa, mas não vai para além disso; aposta-se fortemente nas novas tecnologias e nas energias renováveis; a resposta europeia keynesiana à crise que se começou a manifestar em 2007, que o Governo abraçou, vai tornar Portugal muito vulnerável à «crise das dívidas soberanas», que ainda hoje vivemos; a irresponsabilidade do anterior Governo (PS) é fortemente amplificada pelo actual Governo (PSD+CDS).




Partido Popular Democrático (PPD) / Partido Social Democrata (PSD):
Na Madeira era uma festa
No BPN faziam a sesta

O maior equívoco partidário (não é Social Democrata é Conservador, Liberal e Reformista, mal definido ideologicamente), o partido mais fraco de Portugal, o mais oportunista, o mais instrumentalista e desrespeitador da autêntica Democracia e das Pessoas (o autêntico saca votos), que mais responsabilidades tem na actual situação, apesar de importantes contributos de muitos políticos do PS, que têm a mesma cultura mesquinha do jogo de interesses e de influências e que querem viver eternamente «acima das suas possibilidades».

Curriculum Vitae:
1980-1983 - a sua Política Económica desastrosa, iniciada pelo seu Ministro das Finanças Aníbal Cavaco Silva e continuada pelo seu Ministro das Finanças João Salgueiro, lança Portugal na 3.ª Intervenção do FMI. O desaparecimento do seu único líder com valor, Francisco Sá Carneiro, tornou a situação ainda mais problemática.
1985-1995 - Após o FMI «limpar» o País para a sua adesão formal à CEE (com liderança do PS em coligação com o PSD, 1983-1985), o «Oportunista dos Oportunistas», grande estatista e péssimo estadista, o referido ex-Ministro das Finanças com nome Cartaginês, aproveita o falhanço da Troika do PSD, a impopularidade das receitas do FMI e a debilidade de João Salgueiro, para triunfar e sustentar a afirmação do PPD/PSD como um partido instrumentalista do Estado, contribuindo fortemente para agigantar o «monstro». Mesmo com os ventos favoráveis que sopravam do Mundo e da Europa, desperdiçam as oportunidades e utilizam muito mal os financiamentos obtidos, conseguindo o Primeiro Ministro e ex-Ministro das Finanças, com grandes certezas e grande autismo, lançar o País no «Oásis» de um dos seus Ministros das Finanças, com os dois anteriores a tecerem duras críticas à Política Económica estatista de reprodução de poder que foi seguida, à má maneira de 1980.
Alcatrão e betão vão ter continuadores no PS ...
2002-2005 - O ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros de Cavaco Silva, o actual Presidente da Comissão Europeia, ex-MRPP, vai liderar um Governo muito derrotista e extremamente pessimista, que tem contudo, a terrível herança das «boas vontades» de António Guterres, aproveitadas por muitos oportunistas do PS, que tentam esticar até ao limite, o seu líder, para continuarem com betão e alcatrão («the business must go on»). Apesar do «monstro do Estado e do Sistema Político» estarem muito empolados, ainda dá para encomendar submarinos a um consórcio Alemão. Aliás as terríveis Políticas Externa e de Defesa permitem ao Primeiro-Ministro dar o salto para Bruxelas, deixando o País entregue a Pedro Santana Lopes, por pouco tempo ... o PSD estava de novo na «mó de baixo» ... afinal nem sequer as Finanças Públicas conseguiram melhorar ...
2011-? Golpe oportunista com o apoio do ex-Ministro das Finanças, do ex-Primeiro Ministro e actual Presidente da República reeleito: as Pessoas indignadas contra José Sócrates e os seus «excessos», acreditam mais uma vez no PSD, que tudo fez para o FMI regressar a Portugal e que aproveita as fortes vulnerabilidades do anterior Governo, facilmente culpável de toda a situação. Perante isso, os sinais de não existência de ideias claras sobre o que o PSD ia fazer para além do acordo com a Troika, não eram nada e agora são tudo: um grande vazio, uma grande desilusão para os iludidos e a certeza que o País está mais uma vez, mal liderado.

Centro Democrático Social (CDS) - Partido Popular (PP).
Partido que se inicia como defensor da Democracia Cristã, assume-se posteriormente, como Conservador e Liberal. Os seus contributos no Governo são os seguintes:
1978: Coligação com o PS;
1980-1981: Coligação com o PSD e o PPM (Aliança Democrática);
2002-2005: Coligação com o PSD;
2011-?: Coligação com o PSD, participa na dramatização da situação de Portugal para ascender ao poder e quando aí chega, deixa correr a liderança do PSD subserviente ao Governo da Alemanha, não exige condições prévias de Reforma do Estado, que eram fundamentais para que não existisse uma escalada da carga fiscal contraditória com as promessas eleitorais e com as ideias defendidas pelo CDS. O Orçamento do Estado para 2013 faz estalar todas as contradições e as públicas divergências com o PSD não evitam o péssimo Orçamento que foi aprovado. A Reforma do Estado fica para mais tarde, mais uma vez adiada e colocada numa óptica de não pôr em causa um status quo do sistema, mas sim de pôr em causa, mais uma vez, os interesses dos contribuintes que pagam cada vez mais impostos e irão ter, segundo as perspectivas anunciadas, cada vez menos serviços públicos essenciais em qualidade e quantidade (Saúde, Educação, Segurança Social). A cumplicidade do CDS no desastre governativo é incontornável, por muito que seja defendido em nome de não existirem rupturas que comprometam os interesses de Portugal, é óbvio que o CDS não tinha que ficar refém de uma perspectiva PSD «mais papista que o papa» em certas questões e claramente ineficiente e ineficaz, geradora de círculos viciosos muito perigosos e desnecessários. O Orçamento de 2013 foi extremamente mal preparado, mal negociado e mal decidido. O desastre na execução orçamental de 2012 deveria ter tido uma clara reorientação de rumo, não outra vez para a carga fiscal, mas sim para a redução da despesa pública que não contribui para as Empresas criarem Valor, nem para as Famílias melhorarem a sua qualidade de vida. Em termos estratégicos, ficar na zona cinzenta costuma ser sempre desastroso. Se o CDS tivesse tido outro comportamento e outro líder, poderia ter ganho espaço político ao PSD e fazer com que mais pessoas pensassem da mesma forma que vós. Era importante que a única alternativa de coligação não fosse com o PSD e que podesse ser também com o PS, como em 1978.  


Partido Comunista Português (PCP)) «Lenin e Stalin forever»: o País indignado protesta pela vossa mudança, que precisariam de fazer e nunca farão.
_ Democracia?
_ Não. «Centralismo Democrático» autocrata.
_ Socialismo?
_ Não. «Socialismo Real» Estatista
_ O actual Governo é melhor que o anterior?
_ Não. Mas tinha que cair.
_ Com a vossa ajuda ...
_ Claro. Quanto pior melhor ...
_ Mas claramente que apoiaram o PSD a ultrapassar a sua «fome de poder» ...
com resultados desastrosos para os trabalhadores que dizem defender ...
_ Não, nada disso ...
_ Até rima e tudo!
_ Se tivéssemos ascendido em 1975 iam todos para a Sibéria ...
_ E agora? Íamos para onde? Para a Coreia do Norte que o vosso líder parlamentar apelidou de «Democrática»?

Bloco de Esquerda: «Vencer a Troika» e vencer Trotsky: nascido do PSR (Trotskista), da UDP, de ex MDP e de ex PCP, é um «bloco» que não cumpriu a necessidade histórica de esvaziar o PCP e criar uma alternativa de coligação de Esquerda Democrática com o PS, precisamente porque a sua Cultura Política não é democrática.

O Movimento Democrático Português (MDP) / Coligação Democrática Eleitoral (CDE) foi assaltado pelo PCP e ficou na sua órbita, mas com muitas pessoas democráticas, que não concordavam com essa situação e defendiam uma Democracia Participativa, uma Cultura de Esquerda democrática, incompatível com o PCP. A sua libertação tardia em 1987 não teve viabilização eleitoral e desapareceu essa hipótese de criação de uma alternativa para a Esquerda Democrática, que evitaria por exemplo, a aliança entre o PSD, o CDS, o PCP e o Bloco de Esquerda para inviabilizar o PEC IV e viabilizar o desastre que tem sido este Governo. Para o PCP quanto pior melhor, mas para os trabalhadores que diz querer defender, a situação tornou-se muito pior. O PCP e o Bloco de Esquerda são ilusões para parte do eleitorado, sem qualquer consequência, qualquer efectividade criativa e construtiva. Portugal necessitava de outro tipo de partidos ou de movimentos com possibilidade de coligação com o PS.

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