«Há um consenso na Sociedade Portuguesa que a receita da austeridade custe o que custar falhou. Assim não vamos lá. E foi isso que mais uma vez dissemos à Troika. A austeridade do Primeiro Ministro não resolve nenhum problema, agrava as condições de vida dos Portugueses e os desequilíbrios no País. O Primeiro Ministro exige por um lado pesados sacrifícios aos Portugueses, mas falha nos objectivos essenciais desse Programa. O desemprego é o maior de sempre (...) 871 mil Portugueses desempregados. Mais de 100 mil Portugueses perderam o emprego desde o início (...) de 2012. 438 mil Portugueses estão desempregados há mais de um ano. Há cerca de 39% de desemprego jovem. E a população mais afectada é aquela que se situa entre 45 e mais anos e que neste momento atingem já cerca de 250 mil Portugueses. As Pessoas perdem rendimento, as Empresas entram em falência, a Economia continua a cair, a dívida pública a aumentar para níveis muito perigosos, e até o défice orçamental fica aquém daquilo que é projectado e garantido pelo Primeiro Ministro. As contas da Segurança Social (...) vão registar um saldo negativo de cerca de 800 milhões de euros.
(...) Mudança foi o que dissemos à Troika. Mudança da estratégia de austeridade custe o que custar para outra estratégia que coloque a prioridade no crescimento da nossa Economia e na criação de emprego, que concilie essa prioridade com o rigor e a necessária disciplina das nossas contas públicas. Esta mudança é urgente e é urgente porque chegámos a um momento crítico da vida do País. Crítico porque estamos a discutir o principal instrumento de execução do programa de ajustamento para o próximo ano, o Orçamento do Estado, e porque chegaram ao conhecimento público elementos importantes, sinais de alerta, sobre a situação económica, social e das próprias contas públicas. O país está numa situação muito grave, mais grave do que o Governo e a própria troika têm consciência.»
«Nós questionámos a Troika (...) não há nenhuma exigência em relação às áreas ou funções do Estado onde esse corte deve ser feito. (...) Nós não estamos disponíveis para fazer um corte de 4 mil milhões de euros nas funções sociais do Estado.»
«(...) Há uma proposta (...) que é a necessidade de nós criarmos um Banco de Fomento no nosso País. (...) Será um Banco indispensável para canalizar os recursos que o País tem à sua disposição para apoiar as Empresas. As Empresas precisam de crédito mais adequado, precisam de se recapitalizar, as Empresas Exportadoras precisam de garantias para concorrer em mercados externos (...) só a Economia nos pode retirar da crise em que estamos.»
«De um lado está a troika e o Governo e do outro está o PS e está o País. (...) é natural que tendo a Troika e o Governo a mesma posição, a mesma leitura da realidade e (...) de qual é a solução para essa realidade, que eles sejam insensíveis em relação às propostas do PS.»
«(...). Não tem nenhum sentido que a Directora do FMI fale em crescimento e depois o Programa aplicado a Portugal assente numa política de austeridade. (...) Esta oportunidade não pode ser perdida, esta é uma avaliação muito importante no sentido de o país mudar a sua trajectória de consolidação. Neste momento, a consolidação não está a ser feita do modo como foi previsto, impendem sobre os portugueses pesados sacrifícios, vivemos em situação de e pré-ruptura social, a nossa economia continua a cair. Esta realidade tem de obrigar o memorando a alterar-se, é o memorando que tem de se adaptar à realidade. O país precisa de negociar as condições do contexto do ajustamento, com mais tempo e menos juros. E temos que fazer o que temos que fazer no nosso País, isto é, definir com clareza uma estratégia nacional de desenvolvimento, uma estratégia sustentável que mobilize o País, que mobilize os Portugueses (...), que mobilize as Empresas (...) gerando riqueza nós estaremos em condições de satisfazer os nossos compromissos internacionais (...).
Dia 14 de Novembro houve um «greve geral» que uniu a Itália, a Espanha, a Grécia e Portugal contra as políticas de austeridade troikistas.
A manifestação em frente à Assembleia da República manifestou mais uma vez, a total insensibilidade deste Governo actual em relação às Pessoas: aos Polícias que suportaram uma chuva de pedras (inqualificável não se ter agido de imediato para evitar a mesma) e às Cidadãs e aos Cidadãos que têm direito à indignação, de permanecer na manifestação (sem atirar pedras obviamente) e que foram vítimas de uma carga policial indiscriminada, cega e bastante extensa e que acabou, não o querendo, por provocar ainda mais violência, nomeadamente em Pessoas que não tinham cometido qualquer acto de violência. Também nos pareceu que a perseguição ultrapassou em muito o perímetro à volta da Assembleia e acabou por provocar reacções de violência contra violência, num círculo vicioso que é fundamental e imperioso evitar. Não está em causa a Polícia, está em causa, mais uma vez, o Governo, péssimo!
A VIOLÊNCIA GERA A VIOLÊNCIA, A SEGURANÇA DOS CIDADÃOS, NOMEADAMENTE DOS POLÍCIAS, ESTÁ ACIMA DE TUDO, POR ISSO ERA NECESSÁRIO TER AGIDO IMEDIATAMENTE, LOGO APÓS A PRIMEIRA PEDRA TER SIDO ATIRADA. SE SE TIVESSE FEITO ISSO, NADA DO QUE DEPOIS ACONTECEU TERIA ACONTECIDO E AS PESSOAS PODERIAM TER CONTINUADO A MANIFESTAR-SE PACIFICAMENTE. EM NOSSA OPINIÃO O GOVERNO DEIXOU OS POLÍCIAS E OS CIDADÃOS NUMA SITUAÇÃO INTOLERÁVEL. RECORDAMOS AQUI UM ACONTECIMENTO HORROROSO NUM JOGO DE FUTEBOL, NO ESTÁDIO NACIONAL, EM QUE APÓS TEREM SIDOS ATIRADOS VÁRIOS «VERY LIGHT» NÃO HOUVE QUALQUER REACÇÃO (COMO FOI POSSÍVEL?!!!!) E QUANDO UM DESSES MEIOS PARA SALVAR A VIDA DE NÁUFRAGOS NO MAR SE CONVERTEU NUMA «ARMA MORTAL» NÃO FOI DE IMEDIATO PRESTADA A DEVIDA HOMENAGEM À VITIMA INOCENTE DESSE HORROROSO ERRO DE SEGURANÇA, QUE PODERIA TER VITIMADO QUALQUER OUTRA PESSOA, INCLUINDO O PRESIDENTE DA REPÚBLICA. SE TIVESSE SIDO O CASO O TRISTE ESPECTÁCULO NÃO TERIA CONTINUADO, CERTAMENTE (QUE HIPOCRISIA!). AGIR NO MOMENTO CERTO DE FORMA A QUE A LIBERDADE DE TODOS SEJA RESPEITADA É FUNDAMENTAL! À VÍTIMA E À SUA FAMÍLIA, MAIS UMA VEZ, A NOSSA PROFUNDA HOMENAGEM, QUE SE ESTENDE A TODAS AS VÍTIMAS DA FALTA DE RESPEITO PELAS PESSOAS, PELA SUA LIBERDADE E PELAS SUAS VIDAS SAGRADAS.
POR OUTRO LADO, CONSIDERAMOS QUE O GOVERNO ESTÁ SISTEMATICAMENTE A UTILIZAR A POLÍCIA DE UMA FORMA EXTREMAMENTE INCORRECTA PARA COM OS CIDADÃOS E A PRÓPRIA POLÍCIA, COM MEIOS E PESSOAS TOTALMENTE DESPROPORCIONADOS EM RELAÇÃO AO PAÍS MAIS PACÍFICO DO MUNDO. TANTO DINHEIRO GASTO PARA QUÊ? ESSENCIALMENTE PARA DEFENDER O GOVERNO, NÃO OS CIDADÃOS. O APARATO DE SEGURANÇA, A FALTA DE RESPEITO PELAS AUTORIDADES MILITARES EM SÃO JULIÃO DA BARRA, SEGUNDO OS ÓRGÃOS DE INFORMAÇÃO, FICARAM BEM VISÍVEIS NA SUBSERVIENTE RECEPÇÃO À CHANCELER ALEMÃ NO DIA 12.
O GOVERNO DEVE SER POSTO EM CAUSA ATRAVÉS DA LEGÍTIMA EXPRESSÃO DA VONTADE DA NAÇÃO, DE FORMA PACÍFICA E DEMOCRÁTICA! VIVA PORTUGAL, VIVAM AS PORTUGUESAS E OS PORTUGUESES!
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